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Lula diz que não abre mão de compras governamentais em acordo Mercosul-UE

Durante programa Conversa com o presidente, Lula voltou a criticar exigências ambientais da UE

O presidente Lula (PT). Foto: Jim Watson/AFP
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil não vai abrir mão das compras governamentais em eventual acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE). A declaração foi feita na edição desta terça-feira 26 do programa Conversa com o Presidente

“No acordo entre Mercosul e União Europeia, não abro mão das compras governamentais porque é através delas que vamos fazer com que pequenas e médias empresas possam crescer”, afirmou o presidente.

Esse não é o primeiro recado de Lula no âmbito das negociações sobre o acordo. Nos últimos meses, Lula vem indicando que as exigências da UE sobre compromissos ambientais são muito rígidas. 

A questão envolve, também, o prazo para fechamento do acordo. Lula promete que fechará o acordo até o fim do mandato do Brasil à frente do Mercosul, no início de dezembro. O presidente do Paraguai, Santiago Peña, que assumirá o bloco depois do Brasil, já afirmou que, caso Lula não feche o acordo, ele vai dar prioridade às negociações com outros países e interromper as negociações com os europeus.

O programa desta terça contou também com a participação do ministro da Educação, Camilo Santana, e da chefe da pasta da Saúde, Nísia Trindade. Os dois conversaram com Lula sobre pontos estratégicos dos programas de governo.

Uma das propostas defendidas por Santana diz respeito à inclusão dos debates sobre mudanças climáticas em sala de aula. A ideia foi estimulada por Lula, ao dizer que é preciso “colocar no currículo educacional brasileiro a educação para o clima.”

“O que estamos vendo no Rio Grande do Sul e no restante do mundo é muito sério. O planeta está nos dando um alerta. É importante que, através da escola, nossas crianças e adolescentes possam ensinar aos pais sobre meio ambiente, reciclagem, para não serem analfabetos climáticos”, afirmou o presidente.

Santana concordou com a proposta e disse que o tema já está sendo debatido com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Já Nísia Trindade aproveitou para criticar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa autorizar o comércio de plasma humano. A relatora da proposta é a senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), que já defendeu que a Hemobras, estatal que processa e distribui hemoderivados no país, não consegue suprir a demanda.

“O sangue não pode ser comercializado de modo algum. Não pode ter remuneração de doadores, e isso foi uma conquista da nossa Constituição. O senhor lembra bem das pessoas que vendiam sangue”, disse Trindade a Lula.

O governo federal pretende investir 900 milhões de reais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para uma fábrica da Hemobras na cidade de Goiana (PE). Até 2026, a ideia é construir um “Complexo Industrial da Saúde”, que deverá ser lançado ainda hoje.

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