Política

Lula cobra ‘punição severa’ e chama agressores de Moraes de ‘animais selvagens’

O presidente, que estava em Bruxelas, ainda não tinha comentado enfaticamente o ocorrido

Foto: François WALSCHAERTS / AFP
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O presidente Lula (PT) fez, nesta quarta-feira 19, o seu primeiro comentário sobre o episódio hostil enfrentado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Na sexta-feira, Moraes foi xingado e viu seu filho ser agredido por brasileiros em um aeroporto da Itália. Lula, que estava em Bruxelas para a cúpula da Celac-UE, ainda não tinha tratado publicamente do ocorrido.

“Nós precisamos punir severamente pessoas que ainda transmitem o ódio, como o cidadão que agrediu o ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma. Quer dizer, um cidadão desse é um animal selvagem, não é um ser humano”, disse Lula em coletiva de imprensa realizada antes de voltar ao Brasil.

A afirmação ocorreu na esteira de uma avaliação sobre a articulação de membros do seu governo para que o Centrão passe a integrar a sua equipe.

“O que está parecendo é que existe uma vontade majoritária das pessoas de que o ódio, surgido durante o processo eleitoral, tem que ser extirpado”, dizia o presidente pouco antes de citar o caso Moraes. “Ninguém aguenta acordar amargurado, azedo, todos os dias”, comentou.

Na terça-feira 18, após o encontro de Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, com membros do PP e Republicanos, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT), afirmou que a entrada das duas siglas no governo estaria consolidada. Resta agora finalizar o desenho de como ficarão os ministérios com as prováveis chegadas de André Fufuca (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos).

Sobre o tema, Lula confirmou que, em breve, irá propor aos líderes do Congresso as acomodações. Na conversa, negou que Rui Costa, chefe da Casa Civil esteja na mira, e pediu ‘paciência’ para que a negociação de cargos que será concretizada após seja ‘duradoura’.

Operação da PF

Sobre o caso de Moraes citado hoje por Lula, a Polícia Federal já interrogou os três principais suspeitos. No domingo, Alex Zanatta negou, em depoimento, ter hostilizado Moraes na Itália. Nesta terça, os outros dois envolvidos também sustentaram a tese de que não teriam partido para cima do filho do ministro. Em depoimento à PF, o empresário Roberto Mantovani Filho confirmou ter “afastado” um homem que estaria xingando sua esposa, Andréia Munarão. Ele também disse não ter xingado o ministro.

Pouco depois, a PF deflagrou uma operação de busca e apreensão nos endereços dos envolvidos. A ação foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do STF, e defendida pela Procuradoria-Geral da República, que afirmou que o ocorrido foi uma “grave ameaça ao livre exercício das funções constitucionais” e sustentou que há “indícios de crimes que atingem a esfera individual do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares”.

Também nesta terça, Padilha disse ter tido a confirmação sobre a violência contra Moraes vinda de autoridades italianas. Ele reconheceu, porém, ainda não ter visto as imagens do caso, que devem chegar ao Brasil até sexta-feira.

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