Política

Lira diz que não há previsão de reunião com Lula e volta a criticar declarações de Haddad

O presidente da Câmara disse que fala de ministro foi inapropriada e tirou clima de reunião com líderes: ‘Relaxamento excessivo’

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Foto: Victor Ohana/CartaCapital
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que não há previsão para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio a negociações de ministérios para o Centrão e de votações de projetos prioritários para o governo.

A declaração ocorreu a jornalistas na Câmara nesta terça-feira 15. Lira afirmou, no entanto, que tem mantido contato com o presidente da República.

“Não tem nenhuma perspectiva de conversa com Lula”, disse. Questionado sobre a nomeação de ministros do Centrão, respondeu: “Isso aí o presidente Lula tem que tratar com os líderes. Vocês estão carecas de saber.”

“Eu trabalho sempre para que o governo tenha a sua maioria que ele precisa. Agora, da sustentabilidade do governo, quem tem que tratar é o governo. Há de se dar um tempo. A imprensa tem que entender que é um processo que aconteceu em todos os governos”, completou. “É o famoso problema dos governos de coalizão. O governo se elegeu, não elegeu maioria no Congresso e tem que fazer maioria de uma maneira organizada.”

Segundo ele, após almoço com líderes nesta terça-feira 15, ficou marcada uma reunião para a próxima segunda-feira 21, na sua residência oficial em Brasília, com o relator do arcabouço fiscal, Cláudio Cajado (PP-BA), representantes partidários e técnicos da Câmara e do Ministério da Fazenda.

Caso haja acordo, a matéria vai a plenário na terça-feira 22, disse Lira. O ponto do texto mais problemático trata da emenda adicionada pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), quando houve análise no Senado. Conforme mostrou CartaCapital, a base de Lula no Congresso tem mantido a posição de que o item é o mais importante entre as mudanças.

Lira também voltou a mencionar críticas a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgadas em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo e ao advogado Walfrido Warde, na segunda 14.

Considerações de Haddad sobre a concentração de poder na Câmara motivaram o cancelamento de uma reunião de líderes que trataria do arcabouço fiscal na mesma data. Após a repercussão negativa, o ministro da Fazenda tentou se retratar e negou que a avaliação havia sido dirigida à atual legislatura.

O próprio presidente da Câmara disse que não houve “clima” para o encontro e voltou a lembrar que atuou pela aprovação da “PEC da Transição”, proposta que permitiu que o governo fizesse gastos públicos no início do mandato, para garantir determinados benefícios sociais.

“Nós ficamos surpresos. Como eu disse na minha nota, eu acho que foi inapropriado. Talvez, um relaxamento excessivo do ministro numa entrevista”, disse Lira. “Se não houver mais nenhuma sofreguidão do lado de lá… eu penso que os deputados e líderes não gostaram.”

Pouco antes de Lira chegar à Câmara, Haddad havia marcado presença para uma audiência com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O ministro não respondeu se procuraria Lira pessoalmente, mas disse que fará um telefonema. Já o presidente da Câmara disse que não tinha nenhuma agenda marcada com o chefe da Fazenda.

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