Política

Em busca de articulação, Lula prepara reunião com líderes partidários após encontro com Lira

Nesta segunda, o petista esteve com o presidente da Câmara em Brasília, depois de uma semana de tensão no Congresso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante coletiva no Itamaraty. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente Lula (PT) deve receber, no final da tarde desta segunda-feira 5, líderes de partidos com representação na Câmara e no Senado que votaram pela aprovação da medida provisória de reestruturação dos ministérios, na semana passada.

Nesta manhã, o petista se encontrou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após uma semana de tensão com a Casa. Logo após a agenda, o deputado afirmou que o governo tem de “estar mais atento” em relação à articulação política.

“Penso que, nessas discussões, o governo vai a partir de hoje, com a presença do presidente Lula, ter uma participação maior na construção dessa base mais sólida”, disse Lira à CNN Brasil.

Ele reforçou, ainda, que “o Congresso é liberal e conservador, com suas pautas próprias” e que há “matérias que têm dificuldades de serem tratadas no plenário, como a questão do marco temporal”.

O debate sobre a relação entre Executivo e Legislativo ganhou força nos últimos dias diante do risco concreto de a gestão federal não conseguir aprovar a MP dos ministérios. O texto passou pela Câmara e pelo Senado “no apagar das luzes”, horas antes de perder a validade.

Na quarta-feira 31, a Câmara foi palco de uma disputa que elevou a um ponto inédito a tensão. Lira ameaçou sustar a análise da MP, criticou a articulação de Lula e deixou claro que daqui em diante – à exceção da reforma tributária – não se mobilizará pela aprovação de propostas do Planalto.

Dois dias depois, Lula aproveitou um evento na Universidade Federal do ABC em São Bernardo do Campo (SP) para reconhecer a dificuldade enfrentada pelo governo na articulação com o Congresso.

“É importante vocês saberem a correlação de forças no Congresso. A esquerda toda tem, no máximo, 136 votos, isso se ninguém faltar. Nós, para votar uma coisa simples, precisamos de 257. Para aprovar uma PEC, é maior ainda o número”, explicou o petista.

Ele pediu, ainda, a compreensão sobre “o esforço” para aprovar propostas e ressaltou que a governabilidade não se constrói apenas com uma vitória eleitoral.

“Você ganha uma eleição e depois precisa passar o tempo inteiro conversando para ver se consegue aprovar alguma coisa”, prosseguiu. “Ontem, a gente corria o risco de não ter aprovado o sistema de organização do governo. Aí, você tem de conversar com quem não gosta da gente, com quem não votou na gente. É um esforço.”

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