Política

Eleições: 67,5% dos brasileiros temem ser vítimas de violência política, diz pesquisa

Cerca de 5,3 milhões de pessoas relataram ameaças por suas posições partidárias, mostra levantamento

A milícia bolsonarista se arma e treina nos clubes de tiro - Imagem: iStockphoto
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Pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada nesta quarta-feira 14, mostra que 67,5% dos brasileiros temem ser vítimas de violência política ao manifestarem seus votos na eleição deste ano. 

O levantamento, feito a pedido da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade e do Fórum Brasileiro de Segurança Política, mostra que 3,2% dos entrevistados sofreram algum tipo de ataque por motivos políticos no último mês. O número equivale a 5,3 milhões de pessoas. 

Os índices apontam para uma situação inédita de violência político-partidária no País. Cerca de 90% dos entrevistados disseram concordar que o vencedor das eleições deve ser empossado em 1º de janeiro de 2023. O resultado coloca o cálculo de propensão à democracia em 7,25, considerado alto, em uma escala que varia de 0 a 10. 

A pesquisa também analisou o índice de Propensão ao Apoio a Posições Autoritárias no Brasil. Em comparação ao levantamento realizado em 2017, o índice diminuiu de 8,29, para 7,29. Isso significa que a força do discurso autoritário perdeu força, principalmente entre os jovens de 16 a 24 anos.

Desde 2019, o Brasil é apontado como um dos dez países com maior tendência autocrática do mundo. Há 7 anos, o País deixou de ser classificado como uma democracia liberal para uma democracia eleitoral.

O cenário coloca o Brasil entre as cinco lideranças globais no processo de “autocratização”, acompanhado pela Hungria, Polônia, Sérvia e Turquia, países que enfrentam redução nas liberdades de expressão e participação, violência política, fechamento do espaço cívico, e tensionamento entre Poderes e instituições.

“A exploração do medo tornou-se arma política e parece evitar que a sociedade brasileira aproveite o momento de redução de alguns índices de violência para reforçar direitos e cidadania”, diz trecho do relatório. 

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