Política
Dezenas de prefeitos do Ceará devem deixar o PDT em meio a disputa entre Ciro e Cid
O secretário do Desenvolvimento Econômico do estado, Salmito Filho, afirmou que 43 prefeitos decidiram se desfiliar do partido
Um grupo de mais de 40 prefeitos do Ceará ligados ao senador Cid Gomes decidiu nesta terça-feira 14 se desfiliar do PDT, em meio a uma disputa política e jurídica pelo comando da sigla no estado.
O grupo aliado de Cid contesta os movimentos da direção nacional do PDT, hoje sob o comando do deputado federal André Figueiredo, e da ala do ex-governador Ciro Gomes, irmão de Cid.
Após uma reunião em Fortaleza, o secretário do Desenvolvimento Econômico do estado, Salmito Filho, uma espécie de porta-voz do grupo descontente, afirmou que 43 dos 46 prefeitos presentes decidiram deixar o PDT.
“Os outros três que estavam presentes e no momento da decisão já tinham saído ainda estão sendo contatados para saber se eles de fato vão querer sair, vão decidir pela saída do PDT”, disse o secretário. “Alguns que não vieram ainda ficaram de se comunicar com o próprio senador Cid. Mas estamos dando somente as informações objetivas, precisas, de quem veio e de quem se manifestou.”
Salmito Filho acrescentou que os prefeitos devem se filiar em massa ao partido a ser escolhido por Cid, que, segundo ele, também tende a sair do PDT.
Enquanto isso, continua a indefinição sobre o PDT cearense. A Justiça estadual suspendeu a intervenção da Executiva Nacional no diretório, decisão que, na prática, devolveu o comando local da legenda a Cid Gomes.
O juiz Cid Peixoto do Amaral Neto, da 3ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza, entendeu haver “perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo” e determinou a imediata suspensão da intervenção, aprovada no fim de outubro. A decisão foi assinada na última sexta-feira 10.
Com a retirada de Cid, André Figueiredo, presidente nacional em exercício, havia assumido também a chefia do PDT no Ceará.
Na semana passada, o partido divulgou um documento a apontar Ciro Gomes como o responsável pela proposta de intervenção, ocorrida em 27 de outubro.
A ata da reunião extraordinária registrou o momento em que “Ciro sugere que a única forma de conciliação seria a nacional estabelecer uma dinâmica e intervir com uma comissão executiva mista no diretório pedetista do estado do Ceará”.
A ação acontece em meio a uma disputa entre os irmãos Ciro e Cid e envolve, entre outros pontos, discordâncias sobre a estratégia de se aliar ou não ao PT nas eleições municipais de 2024. A crise, porém, se intensificou no ano passado, devido a divergências em torno da corrida ao governo cearense.
Ciro chegou a afirmar que a relação com Cid, neste momento, é “a pior possível”. O ex-presidenciável defende a reeleição de Sarto Nogueira (PDT) para a prefeitura de Fortaleza, enquanto o senador busca uma aliança com o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).
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