Política

Dezenas de prefeitos do Ceará devem deixar o PDT em meio a disputa entre Ciro e Cid

O secretário do Desenvolvimento Econômico do estado, Salmito Filho, afirmou que 43 prefeitos decidiram se desfiliar do partido

Racha na família Gomes - Cid e Ciro brigaram nas eleições de 2022 e agora travam nova disputa pelo comando do PDT no Ceará - Waldemir Barreto/Agência Senado
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Um grupo de mais de 40 prefeitos do Ceará ligados ao senador Cid Gomes decidiu nesta terça-feira 14 se desfiliar do PDT, em meio a uma disputa política e jurídica pelo comando da sigla no estado.

O grupo aliado de Cid contesta os movimentos da direção nacional do PDT, hoje sob o comando do deputado federal André Figueiredo, e da ala do ex-governador Ciro Gomes, irmão de Cid.

Após uma reunião em Fortaleza, o secretário do Desenvolvimento Econômico do estado, Salmito Filho, uma espécie de porta-voz do grupo descontente, afirmou que 43 dos 46 prefeitos presentes decidiram deixar o PDT.

“Os outros três que estavam presentes e no momento da decisão já tinham saído ainda estão sendo contatados para saber se eles de fato vão querer sair, vão decidir pela saída do PDT”, disse o secretário. “Alguns que não vieram ainda ficaram de se comunicar com o próprio senador Cid. Mas estamos dando somente as informações objetivas, precisas, de quem veio e de quem se manifestou.”

Salmito Filho acrescentou que os prefeitos devem se filiar em massa ao partido a ser escolhido por Cid, que, segundo ele, também tende a sair do PDT.

Enquanto isso, continua a indefinição sobre o PDT cearense. A Justiça estadual suspendeu a intervenção da Executiva Nacional no diretório, decisão que, na prática, devolveu o comando local da legenda a Cid Gomes.

O juiz Cid Peixoto do Amaral Neto, da 3ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza, entendeu haver “perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo” e determinou a imediata suspensão da intervenção, aprovada no fim de outubro. A decisão foi assinada na última sexta-feira 10.

Com a retirada de Cid, André Figueiredo, presidente nacional em exercício, havia assumido também a chefia do PDT no Ceará.

Na semana passada, o partido divulgou um documento a apontar Ciro Gomes como o responsável pela proposta de intervenção, ocorrida em 27 de outubro.

A ata da reunião extraordinária registrou o momento em que “Ciro sugere que a única forma de conciliação seria a nacional estabelecer uma dinâmica e intervir com uma comissão executiva mista no diretório pedetista do estado do Ceará”.

A ação acontece em meio a uma disputa entre os irmãos Ciro e Cid e envolve, entre outros pontos, discordâncias sobre a estratégia de se aliar ou não ao PT nas eleições municipais de 2024. A crise, porém, se intensificou no ano passado, devido a divergências em torno da corrida ao governo cearense.

Ciro chegou a afirmar que a relação com Cid, neste momento, é “a pior possível”. O ex-presidenciável defende a reeleição de Sarto Nogueira (PDT) para a prefeitura de Fortaleza, enquanto o senador busca uma aliança com o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).

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