Política

‘Delação premiada é para criminoso’, diz advogado de Silvinei Vasques

O ex-diretor da PRF prestou um depoimento à PF nesta quinta-feira. Ele passou mal e precisou de atendimento médico

Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal. Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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O advogado do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques afirmou nesta quinta-feira 10 que seu cliente não fará uma delação premiada, considerada um instrumento “para criminoso”.

Eduardo Nostrani Simão acompanhou Silvinei em seu depoimento à Polícia Federal, em Brasília, e declarou que uma colaboração sequer foi oferecida pelas autoridades.

“Delação premiada é para criminoso. Ele é um herói nacional”, alegou o advogado ao deixar a sede da corporação.

Silvinei passou mal durante o depoimento, que durou cerca de cinco horas. Ele teve uma alteração na pressão e precisou de atendimento médico.

O ex-diretor da PRF foi preso na quarta-feira 9, ante a suspeita de uso da corporação para dificultar o trânsito de eleitores de Lula no Nordeste no dia do segundo turno da eleição passada.

Os fatos investigados constituem em tese os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio, do Código Eleitoral.

Na oitiva desta quinta, ele voltou a negar irregularidade na atuação da PRF no segundo turno. Questionado sobre um mapa com as cidades onde Lula teve grande concentração de votos no primeiro turno, disse que nunca viu o documento e não o utilizou para planejar as blitze. O detalhe do depoimento foi revelado pelo jornal O Globo.

O mapa foi encontrado pela Polícia Federal no celular da então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar. A pasta era comandada pelo bolsonarista Anderson Torres.

O relatório da PF que embasou a ordem de prisão preventiva de Silvinei, porém, conta com diálogos entre integrantes da PRF sobre as operações de 30 de outubro de 2022.

Uma das mensagens obtidas foi enviada pelo servidor da PRF Adiel Pereira Alcântara a um subordinado chamado Paulo César Botti Alves Júnior. No texto, Adiel critica diretamente Silvinei, que teria dito “muita merda” em uma reunião e determinado “policiamento direcionado”.

Essa conversa ocorreu na noite de 29 de outubro, após a reunião com a cúpula da PRF. Nas mensagens, Silvinei é chamado pela sigla DG (diretor-geral).

Em 30 de outubro, de acordo com informações do Ministério da Justiça, a PRF parou 324 ônibus em estradas do Nordeste, onde Lula tinha larga vantagem sobre Bolsonaro, ante 152 no Centro-Oeste, 79 no Sudeste, 76 no Norte e 65 no Sul.

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