Política

Conselho da Petrobras vota nesta quinta-feira a indicação de Jean Paul Prates

O senador foi escolhido pelo presidente Lula para dirigir a petrolífera

O senador Jean Paul Prates, indicado para comandar a Petrobras. Foto: José Cruz/Agência Brasil
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A Petrobras deve votar na próxima quinta-feira 26 a indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para comandar a estatal.

Atualmente, a petrolífera é comandada de forma interina por João Henrique Rittershaussen, que era diretor-executivo de Desenvolvimento de Produção. Ele assumiu depois de Caio Paes de Andrade deixar o cargo, neste mês.

Andrade havia sido indicado à presidência da Petrobras em junho de 2022, pela gestão de Jair Bolsonaro (PL), após passar pela Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.

Ele apresentou uma carta de renúncia por ter sido indicado ao cargo de secretário de Gestão e Governo Digital no estado de São Paulo, no mandato do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Bolsonaro indicou quatro presidentes da Petrobras em seus quatro anos de mandato. Os três anteriores a Paes de Andrade foram Roberto Castello Branco, demitido no início de 2021; o general Joaquim Silva e Luna, dispensado no começo de 2022; e José Mauro Coelho, que pediu para sair em junho.

As demissões de Castello Branco, Silva e Luna e Mauro Coelho tiveram relação com os preços dos combustíveis.

Em uma tentativa de forjar um responsável para o encarecimento dos valores, Bolsonaro expunha críticas públicas ao presidente da Petrobras do momento, chegando até a propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito contra os dirigentes, mas dizia se recusar a intervir na estatal.

Durante a campanha, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) culpou o governo Bolsonaro pela alta e se comprometeu a estabelecer uma política que estabilizasse os preços.

O plano de Lula era revogar a política imposta pelo governo de Michel Temer (MDB) em 2016, mantida por Bolsonaro, que alinha os preços nacionais dos combustíveis às oscilações do exterior.

Indicado pelo atual presidente, Jean Paul Prates nega que fará qualquer intervenção na estatal. Segundo ele, haverá uma mudança na política de preços, mas “todo preço será vinculado internacionalmente de alguma forma”.

Nesta terça-feira 24, a Petrobras anunciou um novo reajuste nos preços dos combustíveis. A partir da quarta 25, o valor da venda da gasolina para as distribuidoras sairá de 3,08 reais para 3,31 reais por litro. O acréscimo de 23 centavos representa um aumento de 7,4%.

O último reajuste havia sido realizado em dezembro, mas havia ocorrido redução de 6,1%. Agora, o preço está mais alto do que o observado em setembro de 2022. Também há uma expectativa para reajuste do diesel.

Em nota, a Federação Única dos Petroleiros criticou o anúncio da Petrobras e chamou a gestão de “bolsonarista”.

A FUP declarou que o reajuste deveria ter sido aprovado pelo presidente da empresa, e a decisão foi tomada dois dias antes de Prates ser aprovado pelo Conselho de Administração.

Além disso, a nota diz que a empresa “continua com as negociações para privatização de mais ativos” e acusa os dirigentes de definir uma “distribuição abusiva de mega dividendos para acionistas”.

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