Política

Ciro Gomes critica Boulos por apoiar Lula mesmo em aliança com Alckmin: ‘De goela’

O pedetista se referiu ao pré-candidato ao governo de São Paulo como ‘alguém que fala em socialismo’

Fotos: Mário Miranda/Amcham/Divulgação e Reprodução/Redes Sociais
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O candidato do PT à Presidência da República, Ciro Gomes, alfinetou o pré-candidato ao governo de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) por apoiar a candidatura de Lula (PT) mesmo em uma provável aliança com Geraldo Alckmin, histórico adversário das esquerdas. Segundo defendeu Ciro, Boulos seria um ‘crítico de goela’ por insistir na composição com o ex-presidente.

O pedetista não nomeou o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), referindo-se apenas a ‘alguém que fala em socialismo’. “Não adianta ser crítico de goela e depois vai lá e apoia, faz campanha”, disse, durante um seminário sobre corrupção promovido pelo PDT nesta segunda-feira, 14, em São Paulo.

“Crítico sou eu, que não voto mais em bandido nem a pau, nem que me ponha a faca no pescoço”, acrescentou o pedetista, que também relembrou que, até dias atrás, Boulos e Alckmin eram adversários na pré-campanha ao governo. Alckmin chegou a ser cotado para disputar o Palácio dos Bandeirantes, mas perdeu espaço no PSDB, deixando o partido e a disputa.

Além de adversários eleitorais, Boulos já fez duros ataques ao ex-governador, que comandou SP em 2012, na desocupação da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos. A ação da Polícia Militar deixou ao menos dez feridos e 30 pessoas presas.

Apesar das críticas, o PSOL negocia apoio a Lula já no primeiro turno caso o grupo do petista aceite as condições impostas pelo partido. As exigências já apresentadas ao ex-presidente passam pelo combate à crise climática, revogação das medidas aprovadas após o golpe de 2016 e uma reforma tributária profunda, conforme destacou Juliano Medeiros, presidente do PSOL, em conversa com CartaCapital.

Sobre a presença de Alckmin na chapa, integrantes do grupo do PSOL que negocia o apoio ao PT, como Talíria Petrone, não se mostram satisfeitos com a ideia, mas indicam que, de fato, ela não será um impeditivo para sacramentar a aliança. Parlamentares que não integram o grupo, no entanto, se mostram ainda mais descontentes com a aproximação. Em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal do YouTube de CartaCapital, o deputado Glauber Braga classificou a associação entre as legendas como um ‘erro feio’ da atual direção do PSOL, que teria adotado uma ‘política reboquista’ do ex-presidente.

Boulos, em seu mais recente artigo publicado em CartaCapital, também justificou a aliança com base no programa de governo que vem sendo desenhado pelos dois partidos. Segundo diz no texto, a participação do PSOL seria uma forma de ‘contrabalançar gestos ao centro que a campanha de Lula tem feito’, em especial, a presença do ex-tucano na chapa.

Para ser oficializada, a chapa Lula-Alckmin precisa passar por duas formalidades. A primeira é Lula de fato anunciar sua candidatura à Presidência, o que deve ocorrer logo após o fechamento da janela partidária. A segunda formalidade é a escolha do partido de Alckmin, que, segundo o próprio Lula, precisa estar disposto a se aliar ao PT.

O ex-tucano negocia sua entrada no PSB, mas, com a desistência da legenda em participar da federação da centro-esquerda – formada entre PT, PV e PCdoB –, a sua entrada foi adiada. Neste contexto, o PV voltou a disputar a chegada de Alckmin em seus quadros.

(Com informações da Agência Estado)

 

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