Política

Direção do PSOL erra feio com ‘política reboquista’ em apoio a Lula, diz Glauber Braga

Em entrevista a CartaCapital, deputado do PSOL afirma que a ala majoritária de seu partido pretende apoiar Lula ‘de qualquer maneira’

Deputado Glauber Braga, do PSOL-RJ.Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) chamou de “política reboquista” a articulação que a ala majoritária de seu partido tem promovido para apoiar à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno da eleição.

O parlamentar quer encabeçar uma pré-candidatura própria do PSOL ao Palácio do Planalto. Na semana passada, durante plenária com cerca de 400 militantes, ele divulgou o programa de sua campanha, intitulado “Por nossa segunda independência”.

Braga diz que há um setor expressivo do PSOL que também é favorável ao lançamento de seu nome à Presidência. A legenda ainda deve decidir, por meio de votação, qual será a sua posição na corrida eleitoral, mas lideranças como Guilherme Boulos já afirmaram que a sigla caminha para apoiar Lula.

Em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube, Braga criticou as posições de Boulos e do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, por defenderem a aliança com Lula. O deputado reconhece que Boulos e Medeiros têm mencionado uma agenda programática, mas diz que “não são exigências”. Braga afirma que se constituiu uma articulação por parte do campo majoritário do PSOL que vai apoiar Lula “de qualquer maneira”.

A direção majoritária do PSOL, presidida pelo Juliano, erra feio nessa conjuntura, em não ter uma maior força política para fazer exigências que fossem fundamentais. Na verdade, está se articulando uma política reboquista que vai fazer com que o PSOL não tenha candidatura própria no Rio de Janeiro, em São Paulo, Minas Gerais e nacional. Isso é grave”, declarou.

Braga argumenta que a crescente possibilidade de o ex-tucano Geraldo Alckmin ser vice de Lula não tem mobilizado a ala majoritária do PSOL por uma candidatura própria ao Palácio do Planalto.

“Boulos e Juliano chiaram, falaram publicamente, disseram que não topavam a chapa com Alckmin, mas nunca colocaram isso como condicionante para que o PSOL reafirmasse um projeto de candidatura própria no primeiro turno. Qual foi o resultado disso? O PT se sentiu à vontade para qualquer movimentação, inclusive com o fechamento da chapa com o Alckmin, o candidato do sistema financeiro em 2018”, disse Braga na entrevista.

Como mostrou CartaCapital, o PSOL realizou nesta semana a primeira reunião com o PT para tratar do possível apoio a Lula. Foram apresentados aos petistas nove pontos considerados “fundamentais” para concretizar a aliança com o ex-presidente, segundo Juliano Medeiros.

Os temas fundamentais seriam a revogação das medidas econômicas aprovadas após o golpe de 2016, a aplicação de uma reforma tributária com taxação de grandes fortunas e a adoção de políticas de combate à crise climática.

“Eu sinto do PT uma boa vontade para chegarmos a um consenso”, disse Medeiros à reportagem.

Confira, a seguir, a entrevista na íntegra com Glauber Braga:

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