Política

PT, PCdoB e PV entram em acordo por federação; PSB deve ficar de fora

Segundo Luciana Santos, presidenta do PCdoB, ‘o tempo político do PSB não é o mesmo’ dos outros partidos

Foto: Reprodução
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PT, PCdoB e PV anunciaram nesta quarta-feira 9 um acordo para, após quatro meses de tratativas, formalizarem uma federação pelos próximos quatro anos. O PSB, porém, não deve compor o grupo, ao menos por enquanto.

A decisão não inviabiliza o apoio do PSB à candidatura do ex-presidente Lula. “As quatro agremiações, PT, PSB, PC do B e PV, têm unidade na construção de uma frente para enfrentar Bolsonaro e reconstruir o Brasil, unidos na candidatura Lula presidente”, diz nota divulgada pelas quatro siglas após o encontro, em Brasília.

A CartaCapital, a presidenta do PCdoB, Luciana Santos, afirmou que “a federação possível, até este momento, está sendo com PT, PCdoB e PV, mas não quer dizer que seja definitivo que o PSB não venha”.

“É o que foi possível construir. Achamos que era o caso de construir nos tempos de cada um. O tempo político do PSB não é o mesmo do PT, do PCdoB e do PV, e nós vamos aguardar que eles evoluam para isso”, disse Santos.

Segundo a presidenta do PCdoB, “um conjunto de opiniões diferentes” levou os socialistas a não se juntarem, neste momento, à federação.

O cenário de São Paulo gerou um impasse. O PT não abre mão de lançar o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad ao governo, enquanto o PSB insiste em apresentar o ex-governador Márcio França para a disputa.

Pesquisa Ipespe divulgada em fevereiro mostra que Haddad lidera a corrida ao Palácio dos Bandeirantes em todos os cenários. No desenho sem o ex-tucano Geraldo Alckmin, que deve ser vice de Lula no pleito presidencial, Haddad tem uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre França.

As disputas no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo também se tornaram obstáculos.

Ao longo da negociação para formar a federação, o PSB também não escondeu suas divergências sobre a composição de uma assembleia que arbitrará as discussões. No fim de janeiro, uma reunião entre lideranças das quatro legendas levantou a formação de um órgão composto por 50 membros, divididos de acordo com o peso de cada sigla na Câmara: 27 do PT, 14 do PSB, 5 do PCdoB e 4 do PV.

Nesta equação não entrariam prefeitos e vereadores, como demanda o PSB. Os socialistas queriam a adoção de mecanismos que “impeçam qualquer tipo de hegemonismo nas decisões internas”, como afirmou a bancada do partido na Câmara, em nota divulgada em fevereiro.

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