Política

Cid articulou ‘tratamento VIP’ e proximidade com Bolsonaro para militar investigado, mostram mensagens

O material foi obtido pela Polícia Federal e revelado pela TV Globo. Cid e Barros estão presos sob suspeita de fraudar cartões de vacinação

Foto: Reprodução
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Áudios obtidos pela Polícia Federal mostram o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), solicitando um “tratamento VIP” para o ex-major do Exército Ailton Barros. O material foi divulgado nesta sexta-feira 26 pela TV Globo.

Barros e Cid estão presos desde 3 de maio sob a suspeita de participação em um esquema de fraude de certidões de vacinas contra a Covid-19, envolvendo a família de Bolsonaro.

As mensagens divulgadas nesta sexta foram trocadas em janeiro de 2022. Cid conversa com o sargento Elizeu, servidor da Ajudância de Ordens, sobre a ida do “coronel Ailton” a um evento do qual Bolsonaro participaria no Rio de Janeiro.

“Eu vou te passar o contato do coronel Ailton, tá? É um negão. Esse cara tem que ter tratamento VIP aí na chegada do presidente em Itaboraí, tá? Você pega ele, põe ele na cara do gol, quando o presidente estiver tocando o helicóptero, consegue um pinzinho pra ele, para ele, para ele transitar, tá? E, e, e tenta, tenta facilitar, sempre que você puder, a aproximação dele com o presidente”, disse Cid, conforme a transcrição da PF.

Elizeu respondeu que iria “providenciar tudo lá para ele: estacionamento, a entrada e tudo mais”.

Mais tarde, Ailton informou a Cid já ter sido procurado pelo sargento: “Cidinho, o Eliseu já fez contato comigo. O elemento aí do que vai fazer o resgate já fez contato, já passei meus dados para ele e eu coloquei para ele se existe só a possibilidade, de repente, o meu carro fica lá dentro lá do, do, do gasoduto, né?”.

Ailton Barros também já foi flagrado tratando de um golpe de Estado em conversa com a participação do coronel Elcio Franco, ex-assessor especial da Casa Civil e ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde.

O plano flertava até com a mobilização de 1.500 homens das Forças Armadas para destituir os poderes do então comandante do Exército, o general Freire Gomes. O movimento deveria ocorrer por meio do Batalhão de Operações Especiais, uma unidade de elite da Força.

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