Política

Áudios incluem o coronel Elcio Franco, ex-braço direito de Pazuello, em trama golpista

Os diálogos, revelados pela CNN, foram obtidos no âmbito da Operação Venire, a investigar a falsificação de dados sobre a vacinação contra a Covid

Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde. Foto: Anderson Riedel/PR
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O coronel Elcio Franco, ex-assessor especial da Casa Civil e ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, aparece em mensagens interceptadas pela Polícia Federal e divulgadas pela CNN Brasil nesta segunda-feira 8 tratando de um golpe de Estado com o ex-major do Exército Ailton Barros.

O plano flertava até com a mobilização de 1.500 homens das Forças Armadas para destituir os poderes do então comandante do Exército, o general Freire Gomes. O movimento, na visão de Franco, deveria ocorrer por meio do Batalhão de Operações Especiais, uma unidade de elite da Força.

Segundo Franco, Freire Gomes tinha medo de ser responsabilizado por uma eventual tentativa de golpe.

“O [comandante do Exército] Freire [Gomes] não vai. Você não vai esperar dele que ele tome à frente nesse assunto, mas ele não pode impedir de receber a ordem. Ele vai dizer, morrer de pé junto, porque ele tá mostrando. Ele tá com medo das consequências, pô”, diz o ex-braço-direito de Eduardo Pazuello na Saúde.

Nos diálogos, obtidos no âmbito da Operação Venire, a investigar a falsificação de dados sobre a vacinação contra a Covid-19, Ailton Barros afirma que o melhor caminho seria “convencer o general Pimentel”, chefe da Brigada de Operações Especiais de Goiânia, a prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, já que o Alto Comando da Força não estaria disposto a embarcar na intentona golpista.

“Esse Alto Comando de m… que não quer fazer as p…, é preciso convencer o comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia a prender o Alexandre de Moraes. Vamos organizar, desenvolver, instruir e equipar 1.500 homens.”

CNN Brasil revelou na semana passada a existência de mensagens em que Ailton Barros articulava um golpe de Estado com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid. Ambos estão presos sob suspeita de fraudarem dados de vacinação em sistemas do Ministério da Saúde.

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