Política
Bolsonaro nega falsificação de cartão de vacina, mas se recusa a prestar depoimento
Ex-presidente foi alvo de operação de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira; seu auxiliar, Mauro Cid, e dois seguranças foram presos


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusou a prestar depoimento à Polícia Federal, nesta quarta-feira 3, sobre suposta adulteração no seu cartão de vacinação. A informação foi repassada pelos advogados do ex-capitão à TV Globo.
Bolsonaro seria ouvido às 10 horas da manhã na sede da PF em Brasília horas depois de sua casa ter sido alvo de busca na Operação Venire. Durante a ação, celulares foram apreendidos pela polícia.
Em entrevista na saída de sua casa, o ex-presidente negou que tivesse participado de qualquer fraude envolvendo seus comprovantes de imunização. Ele não comentou, porém, as prisões do seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e de dois seguranças.
“Nunca falei que tomei a vacina [de covid-19]. Nunca me foi pedido cartão de vacinação nos EUA. Não existe adulteração de minha parte”, disse o ex-presidente.
A operação deflagrada investiga fraude nos cartões de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro e seus auxiliares. O grupo teria inserido dados falsos no sistema do Ministério da Saúde. As ações ocorreram no âmbito do inquérito policial em trâmite no Supremo Tribunal Federal que investiga a ação de “milícias digitais”.
Até o momento, seis pessoas foram presas, incluindo o ex-ajudante de ordens do ex-capitão, Mauro Cid.
Além dele também foram presos o PM Max Guilherme Machado de Moura, Sérgio Rocha Cordeiro, o secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, Luis Marcos dos Reis e Ailton Gonçalves Moraes.
“Com isso [falsificação], tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid”, explicou a Polícia Federal.
De acordo com a corporação, o crimes cometidos pelo grupo configuram, em tese, “infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores”.
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