Política

Bivar desiste de ação na Justiça para tentar voltar ao comando do União Brasil

O recuo ocorre após a Executiva Nacional do partido rejeitar um pedido para expulsar o deputado federal

Bivar desiste de ação na Justiça para tentar voltar ao comando do União Brasil
Bivar desiste de ação na Justiça para tentar voltar ao comando do União Brasil
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza audiência pública interativa para instruir a PEC 110/2019, que dispõe sobre a reforma tributária. À mesa, deputado Luciano Bivar (PSL-PE). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Depois de ganhar sobrevida e evitar sua expulsão do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar (PE) desistiu de um processo para recuperar a presidência da legenda, após sua solicitação ser indeferida por uma magistrada do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A informação foi antecipada pela Coluna do Estadão e confirmada por CartaCapital.

O processo surgiu em meio a uma briga pelo comando do partido, criado em 2021 a partir da fusão entre DEM e PSL (fundado e presidido por Bivar). O deputado queria se manter na chefia do União e, por isso, contestava a disputa que elegeu o advogado Antonio de Rueda.

Na ação, o pernambucano afirmava que a condução do processo que levou ao seu afastamento teria violado disposições estatutárias e que haveria impedimento dos membros da Executiva Nacional em razão do que chamou de “acirrada animosidade e de manifesto interesse no resultado das representações”.

A solicitação para anular a eleição interna foi rejeitada em 10 de maio pela juíza Jackeline de Oliveira, da 22ª Vara Cível. “Não vislumbro, nesse exame prematuro e não exauriente da postulação, situação apta a caracterizar a aventada nulidade do ato convocatório.”

No despacho, a magistrada pontuou ainda que o processo poderia seguir normalmente e determinou que os envolvidos no caso apresentassem seus argumentos. O documento se tornou público no início desta semana e, na sequência, os advogados de Bivar apresentaram uma petição pelo encerramento da ação.

O recuo na briga judicial ocorre após a Executiva Nacional do União rejeitar um pedido para expulsar Bivar, na noite da última terça. Relatora do caso, a senadora Professora Dorinha Seabra (TO) afirmou não ter visto elementos que justificassem a decisão e defendeu apenas manter o afastamento dele da presidência.

Caciques da legenda acusam o ex-presidente de “utilizar a estrutura partidária” para perseguir Rueda e seus familiares, “praticando condutas criminosas de toda ordem”. Além disso, imputam a Bivar a autoria de um incêndio em duas casas de praia do atual presidente da sigla – o caso é investigado pela Polícia Federal. O deputado nega as acusações.

Dirigentes atribuem o recuo no processo a uma espécie de gesto à cúpula da legenda. Desde que deixou o comando do União, Bivar submergiu e evitou dar declarações públicas sobre o entrevero com a ala liderada por Rueda. Tanto o deputado quanto o atual presidente da sigla negam ter firmado um “pacto de não-agressão”.

Por telefone, Bivar disse a CartaCapital que, apesar da desistência neste processo, ainda não abdicou de questionar a eleição do partido em outras frentes. Ele também voltou a dizer que o pleito foi “eivado de vícios insanáveis e ilegalidades”.

O advogado Mario Sergio Galvão, que representa o deputado, afirmou em nota que a ação foi retirada porque contestava o resultado da eleição e o processo disciplinar contra Bivar, que já teve um desfecho. “Isso não nos impede, eventualmente, de ingressar com uma nova ação pedindo a anulação da eleição.”

A nova direção nacional do União Brasil deve assumir em junho. Além de Rueda na presidência, o partido terá ACM Neto (BA) como vice-presidente e o senador Davi Alcolumbre (AP) como secretário-geral.

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