Política

Bivar diz ter ‘denúncias’ contra vice, flerta com adiamento de eleição e amplia crise no União

O racha no partido se acentuou nesta semana. A votação interna está marcada para esta quinta-feira 29

Presidente do PSL, o deputado federal Luciano Bivar. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Na véspera de uma possível troca no comando do União Brasil, o atual presidente Luciano Bivar ampliou a crise interna e ameaçou adiar a eleição. O deputado federal tenta se manter no comando pelos próximos dois anos, mas enfrenta a resistência da ala ligada ao antigo DEM.

Em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira 28, Bivar chamou de “covarde” o advogado Antônio Rueda, atual vice-presidente da legenda e seu principal oponente na disputa, e disse ter “graves denúncias” sobre o correligionário.

Bivar, contudo, não explicou quais seriam as acusações e disse apenas que o vice-presidente usaria a sigla “para fazer negócios”.

“Denúncias [contra Rueda] têm aqui. Certamente vou abrir uma investigação no Ministério Público. Como as denúncias são graves, posso até levar ao Ministério Público, mas não posso antecipar, porque eu não sei se procede”, alegou.

O racha no União Brasil se acentuou nesta semana. Rueda ganhou o apoio de nomes graúdos da sigla, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Bivar, por sua vez, passou a cobrar a fidelidade de aliados que eram filiados ao antigo PSL para se manter no poder.

A briga atingiu seu ápice após o áudio de uma conversa entre Bivar e Rueda supostamente ser compartilhado com deputados do partido. Elmar Nascimento (BA), líder da bancada na Câmara, teria relatado ameaças a cerca de 20 congressistas da sigla, segundo o jornal O Globo.

A colegas, Elmar ainda afirmou ter ouvido a gravação de uma conversa entre os dois dirigentes na qual Bivar teria repetido que sabia onde Rueda morava, além de citar a rotina da família dele.

Nesta quarta, o atual presidente negou ter ameaçado a família do vice, mas reconheceu ter proferido xingamentos ao telefone. Também indicou que a conversa poderia ter sido “picotada” e descontextualizada para prejudicá-lo.

“Eu disse [na ligação] que aquelas propostas indecorosas que ele estava fazendo eu não aceitava. E que ia foder ele”, disse Bivar, novamente sem detalhar as supostas ideias de Rueda. “Propostas indecorosas eu não aceito. Tenho medo de que o nosso Parlamento seja usado por alguém que use de fisiologismo, para atacar o governo atual. Não quero.”

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