Justiça

Barroso: ‘A democracia só não tem espaço para quem quer destruí-la’

O ministro do STF não voltou a mencionar as Forças Armadas e defendeu o sistema eleitoral brasileiro

O ministro do STF Luís Roberto Barroso. Foto: Nelson Jr./STF
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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta sexta-feira 29 que “a democracia só não tem espaço para quem quer destruí-la” e defendeu o processo eleitoral no País.

Barroso participou de um seminário promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. No evento, destacou a segurança do sistema brasileiro de votação e declarou que “a democracia é um ambiente plural”.

“Tem lugar para progressistas, conservadores e liberais. Só não tem espaço para quem quer destruí-la.”

Trata-se da primeira manifestação de Barroso após afirmar, no último final de semana, ver as Forças Armadas sendo orientadas a atacar o processo eleitoral. A declaração gerou reações de militares, como o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ministro da Defesa.

“Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória. Ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral. Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar. Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo”, afirmou no domingo 24, durante participação em um seminário promovido por uma universidade alemã.

Nesta sexta, em entrevista a CartaCapital, o ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello classificou a declaração de Barroso sobre as Forças Armadas como “um ato falho”. E emendou: “Ingenuidade pura pensar que Exército, Marinha e Aeronáutica – os militares, portanto – se engajarão numa aventura. Foi um ato falho do ministro Luís Roberto Barroso que não veio a contribuir para a pacificação que o clima está a reclamar”.

Questionado sobre o tema nesta sexta, Barroso afirmou que permanecerá em silêncio. Ao defender o sistema eleitoral, destacou “integridade do voto, participação popular e democracia”.

“As urnas eletrônicas brasileiras não entram em rede e não são passíveis de ataques hacker. Já tentaram muito. Mas, não há como fraudar o resultado das eleições. As urnas eliminaram a intervenção humana na votação e na apuração. O sistema é seguro e transparente.”

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