Política

‘Alguns preferem morrer de fome do que derrubar uma árvore’, diz Bolsonaro em evento do agro

Ex-capitão também alfinetou a França por incêndios que ocorrem no país europeu: ‘Imagine se fossem poucos hectares no Mato Grosso’

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou nesta segunda-feira 25 os índices de desmatamento recordes registrados no Brasil sob sua gestão. Segundo defendeu em evento internacional voltado ao agronegócio, a derrubada de florestas seria uma ação justificável para ampliar o plantio de alimentos no País.

“Nós temos tudo aqui no Brasil, mas o que tem de gente para atrapalhar não está no gibi…questões ambientais…alguns preferem morrer de fome do que derrubar uma árvore. É opção dele, mas não pode ser para o resto do nosso País”, defendeu Bolsonaro diante de uma plateia de representantes do agro em São Paulo.

No evento, o presidente ainda voltou a citar o encontro com o presidente russo Vladimir Putin às vésperas do início da guerra contra a Ucrânia como principal medida para o segmento em sua gestão. Ele defendeu a aproximação com o país, hoje praticamente isolado no ocidente, pela dependência do Brasil dos fertilizantes russos.

Em outro trecho, o ex-capitão ainda usou parte do tempo para alfinetar as políticas ambientais da França, comandada por seu opositor Emmanuel Macron. “Vocês não estão vendo na mídia brasileira, um grande incêndio na França. Imagine se fossem poucos hectares no Mato Grosso o que diria a imprensa”, debochou. “Lamento as milhares de mortes na França, mas essas coisas acontecem e não se pode aproveitar momentos como esse, de catástrofe, para culpar outros países”.

Aos representantes de ruralistas, Bolsonaro também defendeu sua atuação na pandemia alegando que suas políticas de cunho negacionistas estavam todas corretas. “Não errei nenhuma”, voltou a afirmar o ex-capitão. Na prática, no entanto, as políticas do atual governo durante o período são alvos de duras críticas entre cientistas e especialistas no tema. Não por acaso, Bolsonaro é alvo de representações em cortes internacionais, como o Tribunal de Haia, e teve seu nome incluído na lista de pedidos de indiciamento pela CPI da Covid no Senado.

O presidente brasileiro ainda usou alguns minutos do evento para elogiar Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu ex-ministro e candidato ao governo de São Paulo. Segundo defendeu, apesar de Tarcísio ser um integrante do Centrão, ele não teria sido uma indicação de partidos políticos, mas sim um ‘quadro técnico’ em seu governo.

Bolsonaro negou ainda querer demitir Carlos França, ministro das Relações Exteriores, e minimizou os embates políticos com Paulo Guedes, da Economia. “Quantas vezes fui lá na casa do Paulo Guedes conversar com ele, sozinho. [Eu dizia] ‘E aí, PG, que porra é essa? Como é que a gente vai resolver esse assunto [inflação e aumento nos combustíveis]? Tá no meu lombo, pô’. E ele tinha a solução, pedia paciência…é duro você ouvir ‘paciência’, mas eu sabia com quem tava falando”, destacou antes de celebrar um suposto sucesso na economia brasileira.

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