Política

A reação de Bolsonaro aos depoimentos sobre a trama golpista revelados pelo STF

Depoimentos, que estavam em sigilo, foram tornados públicos por decisão de Alexandre de Moraes; a digital de Bolsonaro no plano começa a aparecer

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Douglas Magno/AFP
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como ‘narrativa idiota’ as acusações de que ele teria tramado um golpe de Estado após ser derrotado nas urnas pelo presidente Lula (PT). As acusações aparecem em diferentes depoimentos colhidos pela Polícia Federal, que tiveram o sigilo derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A reação do ex-capitão, vale dizer, se refere, em especial, ao depoimento de Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que relatou ter recebido minutas golpistas diretamente do ex-capitão. Ele forneceu os comentários em entrevista ao jornalista Paulo Capelli, do site Metrópoles.

Na conversa, Bolsonaro reconhece ter discutido medidas como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e decretos de Estado de Sítio e Defesa. Os três itens aparecem em versões de minutas golpistas apreendidas pela PF durante a investigação da trama. O ex-capitão alega, no entanto, que as discussões seriam ‘constitucionais’.

“Não é crime falar sobre o que está previsto na Constituição Federal. Você pode discutir e debater tudo o que está na Constituição Federal. O que falam em delação, em depoimentos, é problema de quem falou. É uma narrativa idiota [dizer que houve crime]”, disse Bolsonaro ao jornalista.

Na entrevista, Bolsonaro insiste na sinalização de que não teria cometido crime também pelo fato das medidas não terem saído do papel. O crime golpe de Estado, importante lembrar, se consuma pela tentativa, pois, se for posto em prática, dificilmente será julgado, uma vez que o País já não mais será uma democracia.

Sobre o Estado de Defesa e o Estado de Sítio, precisa convocar um conselho com diversos integrantes. Para que fosse implementado, precisaria convocar o conselho, inclusive com presidente da Câmara e do Senado. E não teve nenhum conselho convocado. Aqui não é Hugo Chávez, Maduro. Dados os considerandos, quem dá a palavra final é o Parlamento. Já a Garantia da Lei e da Ordem não se pode fazer do nada. Tem que ter fundamento”, tentou se explicar ao site.

Por fim, Bolsonaro foi então questionado sobre o depoimento do tenente-brigadeiro do Ar, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que comandou a Aeronáutica na sua gestão. O relato do militar aos policiais implica diretamente Bolsonaro na elaboração da minuta golpista e na articulação de reuniões para tramar a ruptura.

Sobre o relato do ex-chefe da Aeronáutica, o ex-capitão se esquivou. Ele alegou que não iria comentar as acusações por não ter tido acesso à integra do depoimento de Baptista Júnior, já tornado público pelo STF nesta sexta-feira.

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