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As impressões de Lula sobre a eleição na Argentina

Alvo de críticas do ultralibertário Javier Milei, Lula opinou que a Argentina precisa de ‘presidente que goste de democracia e do Mercosul’

Foto: Evaristo Sá/AFP
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Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a relação entre o Brasil e a Argentina é uma via de mão dupla: quando juntos, os dois países podem crescer e fortalecer blocos regionais como o Mercosul. Quando separados, porém, os dois países podem sair enfraquecidos. Em recado à população argentina que irá às urnas escolher o seu próximo presidente no próximo domingo 19, Lula defendeu a soberania de voto dos vizinhos, mas ressaltou que os eleitores devem pensar “no tipo de América do Sul” que desejam. A declaração foi dada na edição desta terça-feira 14 do programa “Conversa com o Presidente”. 

O nome de Lula e o futuro da relação Brasil-Argentina têm estado cada vez mais presentes na eleição presidencial do país vizinho. O candidato da oposição, o ultralibertário Javier Milei, já defendeu um distanciamento do país em relação ao Brasil. Recentemente, Milei, que lidera as mais recentes pesquisas de intenção de voto contra Sergio Massa, declarou que, caso eleito, não pretende conversar com Lula, a quem tem tachado de “comunista” e “corrupto”.

“Eu não posso falar de eleição na Argentina, porque é um direito soberano do povo da Argentina. Mas, eu queria lembrar para vocês que o Brasil precisa da Argentina e de que a Argentina precisa do Brasil”, ressaltou Lula, na fala de hoje. O mandatário brasileiro lembrou o “quanto nós [Brasil e Argentina] podemos crescer juntos”. Para isso, segundo Lula, “é preciso ter um presidente que goste de democracia, que respeite as instituições, que goste do Mercosul, que goste da América do Sul e que pense na criação de um bloco importante“.

Milei, por outro lado, já criticou o papel do Mercosul na geopolítica regional. O candidato da coalizão La Libertad Avanza defende que o Estado não deve interferir nas relações entre os países, e que o comércio exterior deve ser promovido exclusivamente por entes privados. 

Em oposição à ideia, Lula ressaltou, na entrevista de hoje, que o Mercosul poderá realizar acordos com a União Europeia (UE) e a China, e que a aproximação entre os países membros do bloco sul-americano é importante. “Nós temos que estar juntos”, afirmou Lula. 

“Se a gente briga, a gente não vai a lugar nenhum. Eu só queria pedir para o povo argentino: na hora de votar, pense na Argentina. É soberano o voto de vocês, mas pense um pouco no tipo de América do Sul que você quer criar, de América Latina que você quer criar, de Mercosul que você quer criar. Juntos, nós seremos fortes. Separados, nós seremos fracos”, disse Lula.

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