Justiça
Parte da investigação sobre atentado a bombas no aeroporto do DF deve tramitar no STF, decide Moraes
Na avaliação de Moraes, o caso possui relação a inquéritos em andamentos no tribunal que miram supostos crimes contra o Estado Democrático de Direito


O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, decidiu que parte da investigação sobre a tentativa de promover um atentado a bombas no aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022, deve tramitar no STF.
A ação envolveu a participação de George Washington de Oliveira, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza. O ataque só não se concretizou porque o motorista do caminhão em que a bomba foi instalada acionou a Polícia Militar após ter encontrado o explosivo.
O objetivo da ação, relataram os acusados em depoimento, era explodir parte das instalações elétricas da capital federal e, com isso, ‘impor estado de sítio’ no País. O plano teria sido criado no acampamento bolsonarista instalado em frente ao Quartel-general do Exército no DF.
Os três foram condenados à prisão pelos crimes de incêndio e expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio. George Washington responde também por porte ilegal de arma de fogo.
Na avaliação de Moraes, o caso possui relação a inquéritos em andamentos no tribunal que miram supostos crimes contra o Estado Democrático de Direito. O magistrado seguiu o entendimento da Procuradoria-Geral da República e pediu que a Polícia Federal realize as diligências necessárias em 30 dias.
Também pesou na decisão, segundo Moraes, o fato de que os envolvidos no caso – Alan e Wellington – também são alvos de outras ações que tramitam no Supremo.
“Vislumbra-se, neste caso, que as provas das infrações supostamente cometidas pelos investigados, ou ainda, suas circunstâncias elementares, influem diretamente na investigações ainda conduzidas neste Supremo Tribunal Federal”, escreveu.
O caso chegou ao Supremo através da Justiça Federal, que disse ter identificado conexão com crimes apurados na Operação Lesa Pátria – a investigar responsáveis pela depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de Janeiro de 2023 – e na Operação Nero, que investiga o ataque à sede da PF após a diplomação de Lula.
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