O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) deverá começar a se debruçar sobre as ações que pedem a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Embora o julgamento sobre o futuro político de Moro ainda não tenha sido pautado, as sessões da Corte Eleitoral retornam nesta segunda-feira 22.
Moro é alvo de duas ações no TRE-PR: uma proposta pelo PL e outra apresentada pela Federação Brasil da Esperança, composta pelo PT, pelo PCdoB e pelo PV. Em comum às duas ações, está a acusação de que Moro teria cometido abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2022.
O Ministério Público Eleitoral (MPE), inclusive, já se posicionou favorável à perda do mandato de Moro. Para o órgão, houve irregularidades nas contas de pré-campanha do então candidato.
Os detalhes dos gastos e como eles desequilibraram a disputa, segundo o MPE
Em documento apresentado no mês passado, o MPE concluiu que os gastos atingiram a casa dos 2,03 milhões de reais, considerado excessivo.
Entre os maiores gastos feitos pelo União Brasil, partido de Moro, estão os seguintes: 429,7 mil reais para a locação de aeronave, 333,3 mil reais para serviços advocatícios e 200 mil reais para serviços de comunicação, publicidade e propaganda para redes sociais.
Em relação aos gastos com viagens, a lista aponta o fato de que o diretório do União Brasil do Paraná teria contratado os serviços da Táxi Aéreo Hércules. No total, 21 voos entre o Paraná e São Paulo foram identificados, entre julho e agosto de 2022.
Outros 165,4 mil reais foram gastos em serviços de segurança, e 59,2 mil reais foram destinados à locação de veículos.
Segundo o MPE, o volume de gastos teria levado Moro a uma exposição desproporcional aos demais candidatos, durante o período da pré-campanha.
O que diz a defesa de Moro
O senador tem evitado se manifestar sobre as acusações e a respeito do julgamento. Na ação, a defesa vem argumentando que as despesas não foram feitas apenas à sua campanha, mas para as dos demais pré-candidatos do União Brasil e do Podemos.
Além disso, a defesa de Moro aponta que gastos relativos à contratação de advogados e serviços de segurança não constituem vantagem sobre os demais candidatos. Em termos de valores, a defesa diz que os gastos na pré-campanha se restringiram a 144 mil reais.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login