Justiça
MPF defende que Ronnie Lessa vá a júri popular pelas mortes de Marielle e Anderson
Segundo subprocuradora, os crimes foram cometidos por motivo torpe e para assegurar a impunidade de outro crime
O Ministério Público Federal enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal, na segunda-feira 27, em que defende que o policial reformado Ronnie Lessa deve ser levado a júri popular pela morte da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista da parlamentar Anderson Gomes.
O parecer, assinado pela subprocuradora-Geral da República Cláudia Marques, foi concedido em um recurso interposto pela defesa do ex-policial, depois que um habeas corpus que discutia a decisão que submeteu Lessa ao Tribunal do Júri foi negado pela Corte.
Em março de 2020, a Justiça carioca determinou que Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz fossem a júri popular por homicídio doloso triplamente qualificado.
Segundo a sentença de pronúncia, o crime teria sido cometido por motivo torpe, por meio que dificultou a defesa da vítima..
Os advogados do ex-policial buscam nos tribunais superiores a exclusão das qualificadoras, alegando que a investigação não conseguiu determinar qual teria sido o motivo do crime.
A relatora da ação no STF, ministra Rosa Weber, negou o pedido feito pela defesa de Lessa por não considerar que ela utilizou o meio processual correto para discutir análises de fatos e provas.
Com isso, fica mantida a decisão de março de 2020 e Lessa e Queiroz sentarão no banco dos réus. O julgamento ainda não foi marcado.
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