Justiça

Desaparecimento na Amazônia: PF diz não descartar ‘nenhuma linha investigativa’

Membros das investigações afirmaram, porém, que ainda não foram encontrados indícios de crime

Órgãos de segurança em coletiva de imprensa. Foto: Reprodução
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A Polícia Federal declarou não descartar a hipótese de homicídio nas investigações sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira 8, o superintendente da PF no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, atualizou informações sobre a apuração.

Segundo ele, foi instalado um “gabinete de crise” presencial para trocar informações sobre as operações. Compõem o comitê a PF, a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Marinha, o Exército, os Bombeiros e a Força Nacional de Segurança.

“Vamos apurar eventual homicídio, caso tenha ocorrido. Nós não descartamos nenhuma linha investigativa”, declarou.

Fontes informou que as incursões envolvem 250 homens, 20 viaturas, 16 embarcações, duas aeronaves e três drones.

As operações, de acordo com ele, ocorreram desde o primeiro dia após o registro do desaparecimento, no domingo 5, com embarcações. A partir do segundo dia, a Polícia contou com aeronaves para sobrevoar a área onde o indigenista e o jornalista desapareceram.

O caso ocorreu na região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte, município do Amazonas com 20 mil habitantes e localizado a 200 quilômetros de Manaus.

O superintendente frisou que o trânsito pela área é de grande complexidade, pela presença do tráfico internacional, do garimpo ilegal, da exploração ilegal de madeira e da pesca ilegal. Essas atividades também estão sob investigação em um inquérito da PF.

De acordo com o general Carlos Alberto Mansur, secretário de Segurança Pública, o desaparecimento foi registrado já no domingo.

O representante do governo amazonense disse que houve uma reunião na segunda-feira, em Manaus, com os seus órgãos de segurança pública, para enviar ao local uma equipe de especialistas em operações em ambiente de selva.

Seis pessoas já foram ouvidas nas investigações. Cinco são testemunhas que estiveram próximas dos desaparecidos antes da ocorrência. A sexta pessoa é tratada como suspeita, mas ainda não foi provada a sua ligação com o fato. Presa em flagrante, ela portava drogas e munições de caça e acabou abordada pela Polícia com o aumento das operações de segurança na região.

O nome do preso é Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, de 41 anos. De acordo com reportagem do jornal O Globo, desta quarta, integrantes da equipe da União dos Indígenas do Vale do Javari apontaram “Pelado” como autor de uma ameaça ao indigenista Bruno Pereira.

Porém, segundo Mansur, apesar de terem apreendido materiais suspeitos de ligação com o desaparecimento, ainda não foram encontrados indícios do crime de sequestro.

“Por enquanto, não temos nada”, declarou. “Houve investigação, nós estivemos lá. Não foi encontrado nenhum vestígio. Nada que diga que foram sequestrados ou coisa desse tipo. Isso, não encontramos.”

O secretário acrescentou haver esperanças de encontrar os desaparecidos com vida e elencou hipóteses como problemas na embarcação onde eles estavam.

“Ainda não temos indícios fortes de crime. Estamos investigando”, completou.

Mais cedo, a Justiça determinou o reforço de equipes de buscas, helicópteros e embarcações nas operações. Porém, na coletiva, os representantes das forças de segurança afirmaram que o contingente atual já é o suficiente para as apurações.

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