Justiça

‘Derrotamos o bolsonarismo’: Barroso diz ter se referido ao ‘extremismo golpista’ em ato da UNE

O ministro do STF afirmou não ter a intenção de ‘ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente’

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso se justificou nesta quinta-feira 13 por exaltar, em um evento da União Nacional dos Estudantes, o fato de o Brasil ter derrotado o bolsonarismo – ao menos nas urnas – em 2022.

“Na data de ontem, em Congresso da União Nacional dos Estudantes, utilizei a expressão ‘derrotamos o bolsonarismo’, quando na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de Janeiro e que corresponde a uma minoria”, disse o magistrado, em nota. “Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-Presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima.

Ele ainda disse manter “o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas”.

No ato da UNE, Barroso foi vaiado por estudantes que contestavam sua conduta diante do piso salarial da enfermagem e no processo de derrubada de Dilma Rousseff, em 2016.

“Aqueles que gritam, que não colocam argumentos na mesa, isso é o bolsonarismo”, reagiu. “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas.”

Na tarde desta quinta, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou as declarações do ministro. O parlamentar afirmou ter se solidarizado com Barroso diante de ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas repudiou as afirmações no ato da UNE.

“De fato devo registrar que tão inadequado quanto o ataque já sofrido pelo ministro Barroso foi inadequada, inoportuna e infeliz a fala do ministro Barroso no evento da UNE em relação a um segmento político ou uma ala política”, declarou Pacheco.

Questionado sobre a possibilidade de aceitar um pedido de impeachment de Barroso, que deve ser apresentado por parlamentares bolsonaristas, o presidente do Congresso Nacional não se comprometeu.

“Sempre disse que pedidos de impeachment devem ser analisados. Cada caso deve ser analisado dentro da sua circunstância e da sua natureza”, respondeu. “Temos uma Lei do Impeachment obsoleta, anacrônica. Havendo um pedido, e sei que há um movimento de coleta de assinaturas, naturalmente me caberá analisar com independência e decência.”

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