Justiça

Advogado de réu do 8 de Janeiro ataca ministros durante julgamento no STF: ‘São as pessoas mais odiadas do País’

O Supremo iniciou hoje o julgamento de quatro réus, todos acusados de terem agido com violência durante os atos golpistas; Sebastião Coelho da Silva, ex-desembargador, faz a defesa de um dos réus

Foto: Reprodução
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O desembargador aposentado e agora advogado, Sebastião Coelho da Silva, afirmou, nesta quarta-feira 13, que os ministros da Corte “são as pessoas mais odiadas do País”. O ataque foi proferido durante a sua sustentação oral no Supremo Tribunal Federal no primeiro julgamento de participantes do 8 de Janeiro.

“Nessas bancadas aqui, estão as pessoas mais odiadas nesse País. Infelizmente”, disse Coelho da Silva, que faz a defesa de Aécio Lúcio Costa Pereira, um dos réus na ação. O acusado foi preso dentro do Senado Federal e é apontado como um dos “executores” da tentativa de golpe de Estado.

“Essa é uma realizada que vossas Excelências tem de saber e eu estou aqui dizendo a vocês”, insistiu mais adiante. 

Durante a sustentação oral, o defensor também utilizou o tempo de declarações para prestar solidariedade aos agentes da Polícia Militar presos por omissão e colaboração com os golpistas no 8 de Janeiro. 

Segundo Sebastião, a corporação é vítima de um processo de perseguição política e que o Judiciário, na figura do STF, pratica “tortura” ao suspender o pagamento dos salários dos policiais presos. 

“Tirar o salário de um homem sem que haja condenação é tortura”, disse o ex-desembargador. 

Ainda no julgamento, o advogado usou parte do tempo para fazer uma espécie de defesa própria. Ele é investigado, neste momento, pelo Conselho Nacional de Justiça justamente por suspeitas de participação nos atos golpistas. Mais cedo, a entidade confirmou ter aberto uma reclamação disciplinar contra Coelho e Silva para apurar supostas incitações ao terrorismo. 

A reclamação iniciada se baseou em comentários feitos pelo desembargador enquanto atuava no TRE-DF e após se aposentar. Nessas ocasiões, ele afirmou ter participado de eventos no acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, onde fez críticas a Moraes.

No âmbito da apuração, o corregedor Luis Felipe Salomão autorizou a quebra de sigilo bancário do ex-desembargador para verificar se houve qualquer doação monetária para a organização dos atos do 8 de Janeiro. 

Diante dos ministros do STF, o advogado criticou abertamente a decisão de Salomão contra ele e classificou a ordem como uma “perseguição”. 

“Não me intimido com absolutamente nada”, vociferou em seguida Coelho da Silva.

Ele afirmou, ainda, que entregará documentos que mostram as movimentações financeiras e seu extrato do imposto de renda à Corte.

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