Justiça

MP diz que denunciará PMs de ação em Paraisópolis por homicídio doloso

Nove jovens morreram em dezembro de 2019 após abordagem em baile funk

Ato Público cobrando autoridades sobre o Massacre de Paraisópolis. Foto: Rovena Rosa/Agencia Brasil
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O Ministério Público de São Paulo (MPSP) afirmou nesta quinta-feira 27 que há provas suficientes para denunciar por homicídio doloso os policiais militares que participaram da ação que terminou com a morte de nove jovens na favela de Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista, em dezembro do ano passado.

A promotora Luciana André Jordão Dias, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, afirmou ao portal G1 que as provas mostram que os policiais agiram de forma intencional para encurralar os frequentadores, sem oferecer rota de fuga e sabendo que essa ação poderia resultar na morte das vítimas.

A conclusão baseia-se em imagens da festa, nos depoimentos dos PMs e na comunicação dos policiais com o Centro de Operações Militares (Copom). Se forem denunciados por homicídio doloso, os policiais vão a júri popular.

“Em primeiro lugar, [a PM] tem o dever de proteção, e se alguém chega e dá fuga em massa a cerca de 5 mil pessoas em vielas que só passam quatro pessoas, obviamente se antevê a possibilidade da morte daquelas pessoas pisoteadas ou asfixiadas porque elas não têm como sair por aquelas vias de acesso”, afirmou a promotora.

Ela pediu  ainda a quebra de sigilo telefônico dos 31 PMs envolvidos. O objetivo é saber se houve comunicação entre eles antes e durante a ação.

O caso

A Polícia Militar de São Paulo alega que houve perseguição a dois homens em uma motocicleta, que atiraram contra os agentes que realizavam a Operação Pancadão na região de Paraisópolis.

Na perseguição, a moto teria ido em direção ao baile funk “efetuando disparos, ocasionando um tumulto entre os frequentadores do evento”.

No entanto, moradores gravaram a ação de policiais pelas ruas de Paraisópolis e flagraram ações truculentas contra os participantes do baile.

Algumas pessoas chegaram a ser encurraladas em becos e espancadas com chutes e golpes de cassetetes, mostram as imagens.

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