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MEC anuncia mais duas demissões e ministério já soma 14 baixas

Série de desligamentos expõe intensa instabilidade na pasta e fragilidade do ministro Ricardo Vélez

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O Ministério da Educação teve mais duas baixas nesta quinta-feira 4. Foram demitidos o assessor especial Bruno Meirelles Garschagen, que há dois meses cuidava do contato com a imprensa, e a chefe de gabinete Josie Priscila Pereira de Jesus, que havia assumido o cargo em março no lugar de Tiago Tondinelli. As demissões foram anunciadas no Diário Oficial da União.

A publicação também já apontou o novo nome para o lugar de Josie. É Marcos de Araújo, coronel da Reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, que foi subcomandante geral da Polícia Militar do Distrito Federal em 2016.

Ao todo, são 14 desligamentos, entre exonerações e pedidos de demissão, desde janeiro, o que mostra intensa instabilidade no MEC, pasta que tem um dos maiores orçamentos do governo federal. A crise que se mantém na pasta expõe um jogo de forças entre figuras ligadas a Olavo de Carvalho e militares, que têm visões distintas de como a pasta deve operar, e escancara a fragilidade do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que já teve a demissão ventilada algumas vezes e inclusive segue proibido de fazer nomeações no Ministério por decisão do Planalto.

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Garschagen era um nome ligado a Olavo. Ele também é autor do livro “Pare de Acreditar no Governo”, lançado em 2015, que, segundo ele, em entrevista ao G1, “tenta explicar o intervencionismo político pela ação do governo central e as suas consequências na vida em sociedade”.

No dia 26 de março, o Inep, autarquia vinculada ao Ministério da Educação, demitiu o presidente Marcus Vinícius Rodrigues por assinar uma portaria que suspendia a avaliação da alfabetização este ano. Após polêmica, a pasta voltou atrás da decisão. Até o momento o cargo segue vago.

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O episódio levou ao pedido de demissão da secretária de Educação Básica, Tânia Almeida, por não ter sido consultada sobre a decisão de revogar a avaliação da alfabetização. Ela era responsável pela área.

Um dia depois, em 27 de março, foi a vez do coordenador responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Paulo César Teixeira, pedir demissão. Soma ao cenário o anúncio do fim da operação da gráfica RR Donnelley, responsável pela impressão da prova, na última segunda-feira 1, que coloca em xeque a realização do exame, previsto para novembro.

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