Política

Bolsonaro nega demissão de Ricardo Vélez. Mas por quanto tempo?

Convocado a prestar esclarecimentos na Câmara, o ministro foi cobrado a apresentar propostas e metas para o MEC – e pediu desculpas

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O desgaste no Ministério da Educação só aumenta e a demissão do ministro Ricardo Vélez parece questão de tempo. Na noite da quarta-feira 27, a colunista Eliane Cantanhêde informou na GloboNews que Bolsonaro havia batido o martelo. O presidente a desmentiu pouco depois, no Twitter, e disse que Vélez continua no cargo.

O MEC está paralisado em meio a uma guerra interna entre olavistas, militares e nomes mais técnicos. Em três meses, houve treze baixas entre os contratados. A mais recente é do diretor responsável pelo Enem, Paulo César Teixeira, que abriu mão do cargo depois que o presidente do Inep foi demitido. Segundo Marcus Vinicius Rodrigues, o motivo da queda foi sua recusa em aceitar ‘indicações ideológicas’. Para conter danos, a Casa Civil proibiu o ministro de fazer nomeações.

Leia também: Ministro da Educação está proibido de fazer nomeações no MEC

Na quarta-feira 27, Vélez foi convocado a dar esclarecimentos na Comissão de Educação da Câmara. Os parlamentares cobraram propostas e metas, e alguns sugeriram até mesmo que ele renunciasse. Vélez tergiversou e negou que vá deixar o cargo por vontade própria.

Uma das broncas que mais repercutiram nas redes sociais foi a da deputada Tabata Amaral (PDT). “Não é possível que o senhor apresente um PowerPoint com dois ou três desejos para cada área da educação. Cadê os projetos, cadê as metas, quem são os responsáveis? Isso aqui não é planejamento estratégico, é lista de desejos”, disse.

O fato é que o colombiano deve permanecer por mais algum tempo no cargo. Mas é difícil acreditar que não caia. Em encontro com empresários na Fiesp, o vice-presidente Hamilton Mourão admitiu que a pasta precisa de um ‘freio de arrumação’. Bolsonaro também sinalizou, em entrevista à Band, que o ministro está na corda bamba. “Vamos ter que decidir a questão da Educação, porque, realmente, não estão dando certo as coisas lá.”

Não seria a primeira vez que Bolsonaro sibila na degola dos seus comandados. Quando da crise que culminou na queda de Gustavo Bebianno, em fevereiro, a exoneração do advogado só foi oficializada no dia 19. Quatro dias depois de aliados fazerem circular na imprensa que o Bolsonaro o demitiria.

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