Economia

‘Sou muito contra’, diz Campos Neto sobre criação de moeda comum na América do Sul

Nesta semana, Lula propôs 10 temas para discussão na reunião de cúpula de presidentes da região. Entre eles, estava a moeda comum

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: Pedro França/Agência Senado
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira 2 ser “muito contra” o uso de moedas comuns entre países.

Nesta semana, o presidente Lula (PT) propôs 10 temas para discussão na reunião de cúpula de presidentes da América do Sul, em Brasília. Uma das ideias envolvia justamente a criação de uma “unidade de referência comum para o comércio”.

Em discurso na última terça-feira 30, o petista defendeu aprofundar a “identidade sul-americana também na área monetária, mediante mecanismo de compensação mais eficiente e a criação de uma unidade de referência comum para o comércio, reduzindo a dependência de moedas extrarregionais”.

“Eu sou muito contra, mas sou só um banqueiro central”, afirmou Camps Neto, em participação no evento Valor Capital’s Crypto Workshop. “Lembro de explicar para um oficial do governo e não podia usar termos muito técnicos, então disse que uma moeda comum é como uma criança. Tem DNA do pai e da mãe. É muito difícil ser muito diferente deles. Isso significa que quando você tem uma moeda resultante de duas outras, a taxa de juros será uma mistura dois dois países, a inflação será uma mistura das duas.”

Logo no primeiro mês de seu mandato, Lula afirmou que um projeto de moeda comum entre Brasil e Argentina estava em estudo. Ele concedeu a declaração após se reunir em Buenos Aires com o presidente Alberto Fernández.

“Acho que com o tempo isso [moeda comum] vai acontecer, e é necessário que aconteça”, disse Lula na ocasião. “Se dependesse de mim, a gente teria comércio exterior sempre nas moedas dos outros países, para que a gente não precise ficar dependendo do dólar. Por que não tentar criar uma moeda comum entre os dois países, com países dos Brics?”

A moeda seria usada apenas em transações comerciais entre os países e não se tornaria uma divisa única – ou seja, Brasil e Argentina seguiriam, respectivamente, com o real e o peso.

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