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As 10 sugestões de Lula para ampliar a integração dos países da América do Sul

Em reunião com líderes sul-americanos, o petista defendeu a retomada de órgãos de integração e a criação de moeda comum

O presidente Lula em encontro da Unasul. Foto: Evaristo Sá/AFP
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Na abertura do encontro entre onze líderes da América do Sul no Palácio do Itamaraty, em Brasília, nesta terça feira 30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma série de sugestões para ampliar a integração entre os países sul-americanos. 

Ao destacar que “a América do Sul voltou ao centro da atuação diplomática brasileira”, Lula afirmou que “nenhum país poderá enfrentar isoladamente as ameaças sistêmicas da atualidade”, a exemplo da crise climática, do retrocesso do multilateralismo em escala mundial, dos ataques às instituições democráticas por meio da desinformação e das consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia.

O petista sugeriu aos líderes a possibilidade de “colocar a poupança regional a serviço do desenvolvimento econômico e social”, afirmando que instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Banco de Desenvolvimento da América Latina, o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata e o Banco do Sul devem ser mobilizados.

Lula recomendou que, na área monetária, seja criado um mecanismo de compensação regional e que se articule a formação “de uma unidade de referência comum para o comércio”, de modo a reduzir a dependência de outras moedas, como o dólar. 

Na esteira dessa medida, o mandatário sugeriu a implementação de iniciativas de convergência regulatória, simplificando o comércio entre os países da região.

Lula defendeu, ainda, a constituição de um mercado sul-americano de energia. Nesse sentido, sugeriu que os países da região, de modo integrado, desenvolvam ações para o enfrentamento da mudança do clima.

Outra sugestão de Lula é a reativação do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde. Criado em 2011, o órgão foi desativado em 2019. Segundo Lula, a retomada “permitirá adotar medidas para ampliar a cobertura vacinal, fortalecer nosso complexo industrial da saúde e expandir o atendimento a populações carentes e povos indígenas”.

Do ponto de vista do ensino e da pesquisa, Lula defendeu a criação de um modelo de mobilidade regional entre estudantes, pesquisadores e professores do ensino superior da região. Projetos dessa natureza já são realidade, por exemplo, em países da União Europeia.

Aos líderes presentes, Lula citou duas sugestões ligadas à infraestrutura e à defesa. A primeira diz respeito à atualização da carteira de projetos do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento. O conselho foi criado em 2009 – em 2011, chegou a desenvolver mais de 30 projetos de integração na área de infraestrutura. 

Já a segunda proposta busca “retomar a cooperação na área de defesa com vistas a dotar a região de maior capacidade de formação e treinamento, intercâmbio de experiências e conhecimentos em matéria de indústria militar”. Uma das ideias defendida por Lula é a retomada do Conselho de Defesa Sul-Americano, criado em 2008.

No discurso desta terça, Lula frisou que nos últimos anos o Brasil “optou pelo isolamento do mundo e do seu entorno”, em referência à agenda diplomática do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

O petista acrescentou que não há tempo a perder, destacando que, nos próximos anos, países da América do Sul promoverão eventos como a reunião dos Brics, a Cúpula do G20 e a COP 30 (Brasil), além do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, no Peru.

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