Economia

Haddad diz que plano para reduzir preços de carros novos não terá impacto fiscal

Expectativa do ministro da Fazenda é que o programa não custe mais de 2 bilhões de reais. Além disso, o valor será compensado, segundo ele

O ministro da Fazenda Fernando Haddad. Foto: Oédson Alves/Agência Brasil
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o plano para reduzir os preços dos carros novos custará menos de 2 bilhões de reais e que o valor será compensado por medidas já apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em declaração a jornalistas nesta quinta-feira 1º, em Brasília, o petista afirmou esperar que o governo bata o martelo sobre o programa na semana que vem.

A medida foi anunciada na semana passada, no Dia da Indústria, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Na ocasião, o governo havia estipulado o prazo de 15 dias para estabelecer uma medida provisória sobre o tema. A redução dos preços dos carros deve ocorrer por meio de descontos no IPI e no PIS/Cofins.

Para que o plano seja viável, portanto, o governo terá de abrir mão de parte da arrecadação desses impostos, algo criticado por especialistas do mercado financeiro, que temem o aumento nos gastos públicos.

No entanto, Haddad sustenta que o programa não provocará impactos fiscais.

“Está tudo bem delimitado, e o presidente validou a fonte para financiar, sem que haja nenhum descompromisso com as metas fiscais neste ano”, declarou Haddad, sem informar detalhes. “É uma coisa temporária, com valor definido, tempo definido e sem impacto fiscal, porque a compensação já foi validada pelo presidente.”

Segundo Haddad, o plano deve ter duração de aproximadamente quatro meses. O período é menor que os doze meses defendidos pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea.

Após a aprovação do projeto por Lula nesta quinta, o texto tramita nos Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento e pode chegar à análise da Casa Civil na sexta-feira 2, afirmou o ministro. Na sequência, o presidente da República deve assinar a MP.

“Quero crer que na segunda-feira, no mais tardar, isso esteja resolvido”, declarou Haddad.

O plano é executado após críticas de Lula aos preços dos carros novos. De acordo com um estudo da consultoria Jato do Brasil, voltada para o mercado automotivo, a média desses valores cresceu 85% entre 2017 e 2022, saindo de 70 mil reais por automóvel para 130 mil. Em 2023, um carro novo já custa, em média, cerca de 140 mil reais.

Segundo a Anfavea, o plano pode estimular a venda de até 300 mil veículos neste ano. O número não é muito alto, indicou o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, na semana passada. Segundo ele, o Brasil vendia 3,8 milhões de unidades por ano em 2013, e atualmente esse número é de 2,1 milhões.

O Ministério da Fazenda diz que a medida pode não só baratear os carros novos, mas evitar demissões nas indústrias. A Anfavea, porém, não promete a preservação dos empregos.

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