CartaExpressa
TSE encerra coleta de provas e dá passo decisivo em ação que pode tornar Bolsonaro inelegível
O ex-presidente e o ex-ministro Walter Braga Netto têm dois dias para apresentar alegações finais
O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, encerrou nesta sexta-feira 31 a coleta de provas no âmbito da ação que apura uma reunião do então presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores em julho de 2022. O caso foi aberto a pedido do PDT, é o mais avançado na Justiça e pode tornar o ex-capitão inelegível.
Na ocasião, Bolsonaro reuniu diplomatas de diversos países para repetir mentiras sobre o sistema eleitoral e atacar instituições brasileiras.
Segundo Gonçalves, “o rico acervo probatório reunido nos autos, que foi formado com ampla participação das partes e do Ministério Público Eleitoral, esgota as finalidades da instrução, razão pela qual cumpre encerrar a presente etapa processual”.
O ministro determinou que as defesas do PDT, de Bolsonaro e de Walter Braga Netto – candidato a vice-presidente na chapa do PL em 2022 – encaminhem suas alegações finais no prazo comum de dois dias. O MPE também deve enviar seu parecer em até dois dias após as manifestações das partes.
A ação, oficializada em agosto do ano passado, defende a inelegibilidade de Bolsonaro pela prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A reunião com os embaixadores teve transmissão da TV Brasil.
Em fevereiro, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu manter na investigação a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Benedito Gonçalves sustentou que o documento “se conecta às alegações iniciais da parte autora” porque o discurso de Bolsonaro a embaixadores “era parte da estratégia de campanha consistente em lançar graves e infundadas suspeitas sobre o sistema eletrônico de votação”.
Ao acionar o TSE, o PDT afirmou que a minuta é um “embrião gestado com pretensão a golpe de Estado” e pode “densificar os argumentos que evidenciam a ocorrência de abuso de poder político tendente promover descrédito a esta Justiça Eleitoral e ao processo eleitoral, com vistas a alterar o resultado do pleito”.
Relacionadas
CartaExpressa
Testes em urnas eletrônicas reiteram que sistema de votação é seguro
Por CartaCapitalCartaExpressa
Bolsonaro recebe alta após 12 dias internado
Por CartaCapitalCartaExpressa
Moraes tira da prisão coronel do Exército investigado por conspiração golpista
Por CartaCapitalCartaExpressa
Jorge Seif pede licença saúde do Senado
Por CartaCapitalUm minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.