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‘Se não sou eu, esse Brasil já estava no buraco’, diz Bolsonaro, ignorando a crise

Além da crise financeira com a inflação registrando mais de dois dígitos, o Brasil ainda sofre de insegurança alimentar. Segundo a ONU, mais de 60 milhões de brasileiros sofrem com insegurança alimentar moderada ou grave

Foto: Reprodução
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Em meio a uma grave crise política, econômica e institucional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma a apoiadores que, se não fosse por ele, o País estaria ‘no buraco’. 

“Vocês estão vendo como está o Brasil, pessoal? Todas as previsões do PIB foram revisadas acima, não por nós e uma agência falou que iria ter recessão esse ano, mas vai ficar para o ano que vem”, disse ele, nesta quinta-feira 7, a apoiadores que o aguardavam no ‘cercadinho’ em Brasília.

O presidente também comentou a aprovação na Câmara da PEC Eleitoral, que prevê distribuição de benefícios no total de 41,2 bilhões de reais ainda neste ano.

Se aprovado, o pacote ampliaria o valor do Auxílio Brasil de 400 para 600 reais; criaria um vale-combustível para caminhoneiros no valor de mil reais mensais e aumentaria o valor do vale-gás. Além disso, a União compensaria gastos dos estados com transporte público de idosos e compensaria também os entes federativos que dessem incentivos a produtores de etanol. 

O Congresso também incluiu alguns benefícios, entre eles um auxílio para os motoristas de táxi e o aumento do orçamento do programa alimenta Brasil. 

Todas essas despesas ficariam de fora do teto de gastos imposto pelo governo Temer.

Especialistas apontam que a proposta do governo federal pode ocasionar mais aumento de preços e, como consequência anular as reduções de impostos dos chamados serviços essenciais, como os combustíveis e a energia elétrica.

Isso poderá prejudicar ainda mais a situação do País, que hoje ocupa o 4º lugar no ranking de países com maior inflação da OCDE. 

A PEC Eleitoral vem sendo discutida no momento em que Bolsonaro aparece em um segundo distante lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex- presidente Lula.

Além disso, segundo uma pesquisa do Datafolha divulgada em março deste ano, 68% dos entrevistados atribuem a ele a responsabilidade pela subida dos preços dos combustíveis.

Além da crise financeira com a inflação registrando mais de dois dígitos, o Brasil ainda sofre de insegurança alimentar. Segundo a ONU, mais de 60 milhões de brasileiros sofrem com insegurança alimentar moderada ou grave. 

Bolsonaro também será o primeiro presidente a deixar o mandato com o salário mínimo tendo poder de compra menor desde o Plano Real. 

Durante a conversa, Bolsonaro também tentou culpabilizar o PT pelas dificuldades enfrentadas nos municípios. 

“Vocês querem saber se um município é bom ou não? Veja quantos vereadores do PT tem na Câmara Municipal. Quando é zero, o município tem pleno emprego, não tem demagogia, a educação vai bem”, concluiu o presidente. 

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