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Lula: ‘Se o problema do Bolsonaro fosse não saber comer camarão, eu poderia ensiná-lo’

O ex-presidente questionou os gastos do governo para trazer um médico da Bahamas enquanto o ex-capitão esteve internado nos primeiros dias de janeiro

Foto: Reprodução
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O ex-presidente Lula (PT) ironizou o episódio em que o médico Antônio Macedo, trazido às pressas das Bahamas para atender Jair Bolsonaro (PL) durante sua mais recente obstrução intestinal, revelou que a causa da doença teria sido um camarão não mastigado.

“Se o problema do Bolsonaro fosse não saber comer camarão, eu poderia ensiná-lo. Ele tem que tirar a casca e mastigar pelo menos 16 vezes, como disse o médico. Não precisava trazer um médico das Bahamas”, disse Lula durante a coletiva de imprensa concedida a jornalistas de sites independentes, em Brasília, nesta terça-feira 18.

Antes, o ex-presidente fez um balanço de como estará o País ao, possivelmente, assumir novamente o cargo de presidente, em 2023.

“O Brasil de 2023 será um Brasil muito mais destruído que o de 2003. Vai precisar de muito mais conversa, de muito mais paciência e de muito mais habilidade para você reconstruir esse País. Se fosse fácil reconstruir no grito já estava resolvido”, acrescentou o petista.

Em seguida, Lula questionou os gastos do governo federal para buscar o médico nas Bahamas. Segundo expôs o ex-presidente, teriam sido desembolsados 600 mil reais para que um avião oficial fosse ao encontro de Macedo, que estava de férias.

“Fizesse uma consulta por telemedicina, que eles falam tanto pra nós que a telemedicina vai resolver, por que não resolveu das Bahamas aqui no Brasil? O Bolsonaro lá na telinha e o médico dizendo ‘ô, cara, aprenda a comer camarão’. Precisava pagar 600 mil reais em um avião enquanto crianças não têm testagem?”

O ex-presidente ainda se emocionou ao tratar da situação vivida por milhões de brasileiros sob a gestão de Bolsonaro. Ele também atacou o ex-capitão, que costuma dizer não ter sido possível cumprir promessas de campanha por fatores externos, como a pandemia ou o legado dos governos petistas.

“Eu não posso mentir, eu não posso ganhar aos 76 anos e falar que ‘olha, eu ganhei, mas não dá para fazer as coisas’. Não posso falar ‘desculpa, eu tenho que atender o mercado, tenho que atender a Faria Lima, ter responsabilidade fiscal, manter teto de gastos’…E o teto de comida, de salário, de saúde? Quem vai devolver pra esse povo?”, perguntou Lula, voltando a sinalizar que pretende rever as políticas iniciadas por Michel Temer (MDB) e aprofundadas por Paulo Guedes.

Na última semana, o debate sobre sua candidatura girou em torno de uma possível revogação da reforma trabalhista, revisão da política de teto de gastos e reversão da reforma da previdência, práticas rechaçadas pelo chamado ‘mercado financeiro’. Na ocasião, a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, chegou a afirmar que Lula não iria atender ao ‘mi mi mi do mercado’, afirmação corroborada pelo ex-presidente durante sua resposta.

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