O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aproveitou uma publicação nas redes sociais contra a reforma tributária para alfinetar o até então aliado de primeira hora Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro na gestão de Jair Bolsonaro e atual governador de São Paulo.
A publicação foi feita por Eduardo na manhã desta quinta-feira 5 e ironiza uma afirmação do governador feita ao lado de Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Naquela oportunidade, Tarcísio declarou concordar com 95% do texto apresentado pelo governo federal. A afirmação foi considerada por líderes da Câmara como um símbolo para o andamento da questão na Casa. A entrevista, no entanto, parece ter irritado o clã bolsonarista, de quem Tarcísio é – ou era – um aliado.
“Não sou 95%, sou 100% contra a reforma tributária do PT”, escreveu Eduardo Bolsonaro em uma das muitas postagens que tem feito contra o texto. A bancada do PL, sob a batuta de Jair Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto, se posicionou contrário ao projeto, mas, segundo líderes da Câmara, é possível que o partido dê alguns votos na medida.
Não sou 95%, sou 100% contra a reforma tributária do PT.
Lula quer aumentar impostos sobre alimentos para poder viajar com os amiguinhos e emprestar bilhões para narcoditaduras vizinhas. Quem paga essa conta é sempre o mais pobre. BASTA! pic.twitter.com/jVJgmUBTWM
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) July 6, 2023
A publicação do filho do ex-presidente traz à tona um racha relevante na extrema-direita. Com a inelegibilidade de Bolsonaro, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral na semana passada, Tarcísio é apontado quase como um ‘sucessor natural’ do ex-capitão. Ele desponta, inclusive, em pesquisas como a principal opção da direita após a saída do ex-presidente do jogo político.
Inicialmente, esperava-se que o governador fosse um obstáculo na proposta do governo Lula (PT), mas ao final, como citado, foi considerado por parlamentares como um facilitador. Tarcísio até chegou a impor um entrave inicial ao pleitear a criação de um Conselho Federativo, mas, após negociações, ajudou Haddad a convencer a bancada do seu partido, o Republicanos, a apoiar o texto.
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