Quando iniciou sua carreira na música, ainda em São Luís do Maranhão, Marconi Rezende se surpreendeu com a popularidade de Chico Buarque nos bares locais. Esse fenômeno o motivou a se aprofundar na obra do compositor. “Fiquei encantado com as canções de Chico ao ouvi-las nos discos emprestados por um amigo”, relembra Marconi. Em apenas duas semanas, ele já tocava mais músicas de Chico Buarque do que de outros compositores em seu repertório, como Djavan e João Bosco.
“Isso aconteceu de forma muito natural. Aprendi cada canção e acumulei um vasto repertório delas”, explica. Durante esses anos, ele criou um ambiente ‘buarqueano’ em suas apresentações, cantando e atendendo a pedidos do público por canções do artista. “Era como um Clube do Chico, com uma atmosfera que atraía os apreciadores de sua música”, diz. O músico relata que o Clube do Chico se materializou fisicamente em 2018, com apresentações temáticas no final de semana, enriquecidas por quadros e frases do artista, até a interrupção pela pandemia.
Dedicado há anos à obra de Chico Buarque, Marconi Rezende menciona que, em uma ocasião, tocou 80 canções do compositor em um show. Ele estima conhecer cerca de 300 músicas de Chico Buarque, tendo levado seu projeto até a Europa. “Chico se destaca pela originalidade melódica. Suas músicas são sofisticadas, bem construídas, com harmonias elaboradas e originais. As melodias, aparentemente simples, escondem uma grande sofisticação”, enfatiza. Sobre as letras, Marconi expressa uma conexão pessoal: “Elas me tocam profundamente, como se expressassem algo que eu mesmo queria dizer”.
Em suas apresentações, Marconi define parte do repertório na hora, especialmente quando se apresenta sozinho, voz e violão. Nas próximas apresentações em São Paulo, o repertório manterá essa característica. “Marconi canta Chico Buarque” acontecerá nesta terça 14, no Na Miúda Café, às 20h, com entrada gratuita. Já “Marconi Rezende canta Chico Buarque & Brasilidades”, com participações de Paula Souto e Mau Sant’Anna, ocorrerá na quarta 15, no Ilê Galpão, na Vila Madalena, às 19h, com ingressos a 35 reais. Por fim, “Marconi Rezende canta Chico Buarque & Latinidades”, com participação de Fran Nóbrega, ocorre na quinta 16, no Espaço Cultural Latino Americano (ECLA), na Bela Vista , às 20h30, com couvert a 20 reais.
Além disso, Marconi Rezende também desenvolve seu trabalho autoral, que será apresentado nos shows em São Paulo. No ano passado, ele lançou seu segundo álbum, O Bis, que contém 11 faixas inéditas, das quais apenas três são de autoria do compositor Joãozinho Ribeiro. O disco traz composições em parceria com Josias Sobrinho, Fernando Japona e Zeca Baleiro, este último participando em uma das músicas. O álbum inclui ritmos maranhenses característicos, como o reggae e o lelê, tradicionais do São João do Maranhão.
