Augusto Diniz | Música brasileira
Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.
Augusto Diniz | Música brasileira
Em nova canção, Tom Zé reencarna Jesus na Floresta Amazônica em alerta contra a destruição
É a primeira vez que o músico lança uma música sobre a Amazônia
Certa vez, Tom Zé disse a Danilo Miranda, então diretor do Sesc São Paulo, que gostaria de fazer uma canção na qual Jesus Cristo teria escolhido renascer na Floresta Amazônica.
O músico baiano se recorda de que o sociólogo e gestor cultural lançou um olhar como se pedisse para guardar segredo absoluto de sua intenção, antes que alguém se apropriasse dela.
A ideia saiu do papel recentemente, após (infelizmente) o falecimento de Danilo Miranda. Dias atrás, a canção foi apresentada no canal de Tom Zé no YouTube:
A canção se chama Jesus Floresta Amazônica. “Foi por demais precioso/ O cabedal que Ele trouxe/ Quando Jesus piedoso/ Na Amazônia encarnou-se”, diz um trecho.
Na composição, Tom Zé fala também sobre a importância da preservação: “Agora a mineração/ Que faz de tudo um deserto/ Destrói a casa do índio/ Saúde vira um inferno/ Com mercúrio mata o peixe/ Comida que Deus nos deu/ Se a gente não lutar/ Nem Cristo pode salvar”.
“Dizem que o planeta Terra já deu o último aviso de que vai ser destruído pelo desmatamento das florestas”, afirmou Tom Zé a CartaCapital. “É Jesus encarnando em floresta para salvar a humanidade.”
Tom Zé diz acompanhar com preocupação o noticiário sobre as mudanças climáticas.
Em seis décadas de carreira, esta é a primeira vez que o músico evoca em uma composição a preservação da Amazônia.
O cantor e compositor também lançou em seu canal no YouTube Danilo Constelação, em homenagem a Danilo Miranda.
Tom Zé ouviu da esposa do sociólogo que Danilo seria uma constelação, mais do que uma estrela no céu, como suas netas desejaram após sua morte.
O refrão da música diz: “Danilo Miranda cabe numa estrela, não/ Danilo Miranda só se fosse uma constelação”. Tom Zé chama Danilo Miranda, um dos mais importantes gestores culturais que o País já teve, de “o civilizador”.
As duas canções têm arranjos de Daniel Maia.
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