Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Juliano Holanda faz uma provocação sobre a verdade em novo disco de voz e violão

Cantor e compositor lança um trabalho em formato de álbum visual com cenas do centro do Recife

Foto: Divulgação
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Juliano Holanda arrumou um tempo para lançar seu quarto álbum em meio ao envolvimento nos trabalhos do Reverbo, criação dele e mostra autoral de música mais importante do País.

A Verdade Não Existe é o título do álbum em voz e violão, com 10 canções inéditas de sua autoria.

“O título do disco é mais uma provocação e um pensamento sobre essa questão do que é verdade, desse mundo em que a gente está vivendo e em que todos os cânones foram colocados em cheque”, afirma. “O repertório do álbum flerta com isso. Essas músicas foram compostas há algum tempo, outras são recentes.”

“Tem uma música que se chama ‘A verdade não existe’ e ela sintetiza toda a ideia do disco.”

O novo trabalho conta com um álbum visual, no qual aparece Juliano circulando pelo centro do Recife, onde mora, além de depoimentos seus sobre o disco, a música e outras reflexões. A direção e o roteiro são de Mery Lemos.

“A gente mora aqui (no centro do Recife). É um caminho que eu percorro, faz muito parte de minha vida”, conta. “Como o disco levantava essa questão da verdade, ela (Mery) teve a sacada de deixar o trabalho o mais real possível.”

Essa é a justificativa para as cenas urbanas mostradas nesse álbum visual – a ideia, ressalta-se, dá mais vida ao projeto musical minimalista. Também chama a atenção o realismo apresentado.

Nas letras do álbum, há o cotidiano e a vida real em tom lírico. “Para mim, é muito difícil escrever o que eu não vivo. Todo criador passa por um repertório que é interno. Sempre que a gente tenta escrever, o repertório léxico, melódico e harmônico é de uma vivência que se tem internamente.”

O disco conta com a participação de Juliana Linhares em uma belíssima interpretação ao lado de Juliano na canção Emaranhado.

Juliano é um dos grandes compositores atuais e esse disco é a prova, pela habilidade com que expressa sua poesia urbana. Ele tem mais de 300 canções gravadas por diferentes intérpretes, incluindo Simone, Fagner, Zélia Duncan, Chico César, Elba Ramalho, Zeca Baleiro, entre outros.

Além de cantor e compositor, é produtor e arranjador e tem participação em vários projetos musicais.

Juliano Holanda é responsável pela formação, em 2017, da mostra Reverbo, que congrega cerca de 30 artistas pernambucanos e que se tornou o principal agrupamento de músicos e de criação musical do País.

“É uma rede criativa de apoio, que estabelece quando se está junto. Estamos em uma fase que tem várias pessoas gravando disco”, acrescenta. Entre elas estão Flaira Ferro, Vinícius Barros, Marcello Rangel, Mayara Pera e Revoredo, além de outros que colocaram trabalhos novos na rua recentemente, como Martins e Almério.

“A mostra surge como foco de interesse comum”, resume.

Assista à entrevista de Juliano Holanda a CartaCapital:

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