Sustentabilidade
Floresta Amazônica têm maior taxa de desmatamento desde 2005, aponta estudo
Apesar dos compromissos firmados internacionalmente pela preservação do meio ambiente, o desmatamento em florestas tropicais aumentou 10% no mundo
A taxa de desmatamento de florestas primárias no Brasil aumentou 15% entre 2021 e 2022, com a maior perda registrada nas regiões de floresta amazônica. É o que aponta o relatório publicado nesta terça-feira 27, pela ONG Global Florest Watch.
A área destruída em todo o mundo supera 4,1 milhões de hectares, o que gerou cerca de 2,7 gigatoneladas de emissão de dióxido de carbono – o equivalente à taxa de emissão anual da Índia.
Embora o desmatamento das florestas tropicais tenha crescido 10% em todo o mundo, em comparação ao ano anterior, os dados são ainda mais alarmantes no Brasil. O país registrou cerca de 1,4 milhões de hectares desmatados em 2022, contra 1,1 milhões em 2021.
O aumento significativo na perda de floresta tropical primária aconteceu durante o último ano de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. À época, Bolsonaro firmou compromissos irreais contra o desmatamento em cúpulas internacionais enquanto seu governo “passou a boiada” e tentou, por diversas vezes, legalizar práticas destrutivas e até mesmo promover um desmonte aos órgãos de proteção e monitoramento ambiental.
O relatório é produzido com imagens de satélites em parceria com o governo brasileiro e outras lideranças internacionais. Segundo o estudo, as florestas brasileiras correspondem a 30% da cobertura florestal do planeta – mas o desmatamento ocorrido em 2022 corresponde a 43% do total registrado no mundo.
O Amazonas e o Acre foram os estados que mais sofreram com desmatamento intencional. Cerca de 331 mil hectares foram devastados no estado do Amazonas. A região devastada nos dois estados também acende um alerta para a perda em territórios indígenas: as etnias Apyterewa, Kapiruna e Sepoti registraram níveis recordes de desmatamento relacionados à invasões.
Na América Latina e no mundo
Também banhada pela floresta amazônica, a Bolívia registrou seus próprios recordes de desmatamento. No solo boliviano, a perda florestal foi 32% maior que em 2021, o que rendeu ao país o terceiro lugar na lista de países que mais desmataram no intervalo. O principal motivo da devastação é a criação de pastos e área de plantio para a agricultura de commodities, como a soja.
Embora o cenário apresentado seja negativo, houve melhora no desmatamento relacionado à incêndios não-intencionais no mundo. A destruição pelo fogo caiu 28% em 2022.
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