Justiça
STF torna réus mais 200 investigados por atos golpistas
Oito ministros acompanharam integralmente o voto de Moraes, enquanto André Mendonça e Nunes Marques divergiram parcialmente


O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou, nesta terça-feira 2, o segundo julgamento de envolvidos nos atos de terrorismo do dia 8 de Janeiro, em Brasília. Com oito ministros seguindo integralmente o voto de Alexandre de Moraes, relator do caso, a Corte aceitou a denúncia e tornou réus mais 200 golpistas.
Além do relator, votaram pelo recebimento das denúncias os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Luiz Fux e a presidente, Rosa Weber. Assim como no primeiro julgamento, os ministros André Mendonça e Kassio Nunes Marques, ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao STF, divergiram dos colegas de Corte.
Desta vez, os dois ministros optaram por seguir apenas parcialmente o voto do relator e aceitaram a denúncia somente para os acusados que participaram diretamente da depredação. No entendimento de Mendonça e Nunes Marques, aqueles que foram presos no acampamento em frente ao quartel do Exército em Brasília, um dia após os atos, não deveriam ter sido denunciados ao Supremo.
Com o resultado desta terça-feira, chega a 300 o número de investigados que se tornaram réus após decisão da Corte. Ao todo, restam cerca de 1 mil casos para serem analisados pelo tribunal. 250 destes denunciados são alvos do terceiro julgamento que iniciou na madrugada desta quarta-feira 3. A votação destes casos, novamente, seguirá em plenário virtual e tem previsão para ser encerrada no dia 8 de maio, próxima segunda-feira.
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