Justiça

STF tem dois votos para acatar queixa-crime de Tabata Amaral contra Eduardo Bolsonaro

Moraes divergiu de Toffoli, rechaçou ‘imunidade’ e afirmou que o deputado de extrema-direita proferiu ‘declarações abertamente misóginas’

STF tem dois votos para acatar queixa-crime de Tabata Amaral contra Eduardo Bolsonaro
STF tem dois votos para acatar queixa-crime de Tabata Amaral contra Eduardo Bolsonaro
A deputada federal Tabata Amaral. Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O Supremo Tribunal Federal tem dois votos a favor do recebimento de uma queixa-crime apresentada pela deputada Tabata Amaral (PSB-SP) contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A pessebista acionou a Corte após críticas do parlamentar de extrema-direita, em 2021, sobre um projeto que tratava da distribuição de absorventes. Eduardo acusou Tabata de agir “com o propósito de beneficiar ilicitamente terceiros” e de “querer atender ao lobby de seu mentor-patrocinador Jorge Paulo Lemann, um dos donos da produtora de absorventes P&G”.

O relator, Dias Toffoli, havia determinado o arquivamento da queixa-crime em decisão monocrática. Um recurso de Tabata, porém, levou o caso ao plenário virtual do STF. Toffoli, então, manteve o voto para recusar a demanda.

Segundo o ministro, as declarações de Eduardo Bolsonaro “estão amparadas pela imunidade parlamentar material, a implicar, sob o ponto de vista objetivo, a atipicidade de conduta”.

Alexandre de Moraes, porém, abriu a divergência e foi seguido por Edson Fachin. Na avaliação de Moraes, “a garantia constitucional da imunidade parlamentar material somente incide no caso de as manifestações guardarem conexão com o desempenho da função legislativa ou que sejam proferidas em razão desta”.

Assim, argumentou o ministro, não é possível utilizar o argumento da imunidade do deputado “como verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas”. Moraes apontou, ainda, que Eduardo Bolsonaro proferiu “declarações abertamente misóginas e em descompasso com os princípios consagrados na Constituição Federal”.

O julgamento deve se encerrar até 3 de março, caso um dos ministros não peça mais tempo para análise.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo