A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apresentou, na última quinta-feira 25, o Projeto Estratégico Bodycams, que tem como objetivo implementar o uso de câmeras nos fardamentos dos policiais, a partir de 2024. De acordo com a corporação, cerca de 6 mil agentes – metade do efetivo, aproximadamente – vão utilizar os equipamentos.
Segundo a PRF, os estudos apontam que o uso de câmeras nos uniformes dos policiais é capaz de diminuir a letalidade policial em mais 50%, além de reduzir pela metade as reclamações sobre as condutas de policiais.
É o caso de São Paulo. Em outubro de 2022, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicou que as mortes decorrentes de intervenção policial tiveram uma redução de 57%, somente na capital, entre junho de 2021 e julho de 2022, nos casos envolvendo o uso de câmeras, em comparação com as ações promovidas sem as câmeras. A redução foi expressiva (63%), também, nos casos de lesões corporais decorrentes de intervenção policial.
Durante a campanha eleitoral para o governo do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendeu o fim do uso das câmeras. A proposta sofreu críticas de entidades ligadas à defesa dos direitos humanos e, ao assumir o governo, o mandatário paulista recuou da ideia.
O secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira, afirma que o uso das câmeras é importante para evitar casos como o de Genivaldo de Jesus Santos.
Há um ano, após uma violenta abordagem policial, Genivaldo , 38 anos, foi morto no interior de Sergipe. O caso ganhou repercussão internacional, especialmente pela morte ter acontecido Genivaldo ser submetido a minutos de tortura por agentes da polícia dentro da viatura.
A viúva de Genivaldo Santos, Maria Fabiana dos Santos, disse a CartaCapital que, até hoje, não acredita que “aconteceu aquela barbaridade”. Eu nunca vi ou ouvi falar de abordagem tão truculenta como a que aconteceu com meu marido. Uma pessoa que permaneceu calma, sem agressividade e foi tratada daquela forma”, disse Maria Fabiana.
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