Um levantamento realizado pela consultoria Quaest mostrou que a Operação Escudo, realizada desde o dia 28 de julho no litoral paulista, gerou mais de 227 mil menções nas redes sociais, entre as quais 81% foram negativas.
A pesquisa, publicada nesta quinta-feira 3, analisou as postagens e o nível de engajamentos relacionados ao tema. O monitoramento foi realizado entre os dias 27 de julho e 1º de agosto.
Segundo os dados, as declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do ministro da Justiça, Flávio Dino, inflamaram os debates de usuários das redes sobre o tema. As menções sobre o assunto aumentaram após as duas declarações.
Ao todo, o alcance estimado das publicações e comentários sobre a Operação Escudo superaram 511 milhões de visualizações.
Ao comentar a operação, Tarcísio defendeu a atuação dos policiais militares e negou ter havido excessos por parte dos agentes. Depois disse que as mortes seriam um ‘efeito colateral’ do combate ao crime. Relatos, porém, dão conta de torturas e abusos por parte da polícia paulista. O tema motivou a Defensoria a pedir o encerramento imediato da operação.
No mesmo dia da primeira declaração de Tarcísio, Dino afirmou que a ação foi desproporcional. Essa disputa de narrativas fez com que perfis identificados à direita se mobilizassem para contrapor o ministro. Cerca de 19% das menções, neste caso, apresentavam argumentos favoráveis à operação.
Ainda que tenha havido aqueles que parabenizassem Tarcísio e os agentes, para a maioria dos usuários que discutiram o tema a ação policial extrapolou os limites legais.
Contas caracterizaram a operação como uma chacina e mobilizaram argumento na defesa da adoção de câmeras de gravação nos uniformes policiais, uma das ações que Tarcísio defendeu exterminar.
Outros autores mencionaram que o ex-ministro bolsonarista estaria se revelando como um radical, ao contrário da imagem de moderado que cultiva.
O levantamento da Quaest usou como fontes de dados o Twitter, Instagram, Facebook, Youtube, Google e notícias. Para a classificação, foram usados termos relacionados à operação e aos principais argumentos mapeados no debate.
Leia a íntegra da pesquisa:
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login