Sociedade

MP denuncia motorista da Porsche por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima

Órgão apontou que Fernando Sastre de Andrade Filho assumiu o risco de matar ou ferir alguém ao dirigir o veículo de luxo em alta velocidade

Sastre dirigia uma Porsche em alta velocidade quando colidiu com o carro conduzido por Ornaldo Silva Viana. Foto: Reprodução
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O Ministério Público de São Paulo denunciou, nesta segunda-feira 29, Fernando Sastre de Andrade Filho, o condutor da Porsche que matou o motorista de aplicativo Ornaldo Silva Viana, por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima.

A perícia estipulou que o empresário dirigia seu veículo de luxo a 156 km/h quando atingiu a traseira do carro de Silva Viana, que morreu com a batida. O acidente ocorreu na zona leste de São Paulo na madrugada do dia 31 de março.

Além da morte do motorista de aplicativo, Andrade Filho ainda responderá pela lesão corporal gravíssima cometida contra seu próprio amigo, um estudante de medicina que estava no banco do carona do carro de luxo.

O órgão considerou que ambos os crimes foram cometidos na modalidade de dolo eventual, quando o agente assume a responsabilidade pelo resultado lesivo.

“A namorada e um casal de amigos tentaram demovê-lo da intenção de dirigir, mas o condutor ainda assim optou por assumir o risco. Na avenida, trafegou a mais de 150 km/h, atingindo um automóvel dirigido por um motorista de aplicativo, que morreu.  A vítima que ia no banco de passageiros do carro de luxo teve ferimentos gravíssimos, ficando na UTI por dez dias, com perda de órgão”, cita o documento.

A investigação apura também se o denunciado teria ingerido álcool em dois estabelecimentos antes de conduzir o veículo.

Na última quinta-feira 25, a Polícia Civil apresentou ao MP o relatório final de investigação. Além do indiciamento de Andrade Filho, a autoridade policial ainda formalizou a acusação contra a mãe do condutor e pediu, pela terceira vez, a prisão do acusado. A solicitação ainda não foi analisada.

Daniela Andrade foi indiciada por fuga do local do acidente, como coautora do crime. Após o acidente, ela alegou que levaria o condutor da Porsche a um hospital. No entanto, horas mais tarde, a polícia constatou que ele não passou por atendimento.

Nas últimas semanas, a Justiça negou pedidos de prisão temporária e preventiva.

Ao apresentar a denúncia, a promotora Monique Ratton se manifestou a favor da decretação da prisão preventiva para evitar que o denunciado, como já fez ao longo das investigações, influencie as testemunhas.

A denúncia contra o empresário segue agora para a análise da autoridade judiciária, que deverá abrir prazo para que a defesa do acusado apresente sua versão.

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