Sociedade

Madrugada no Rio tem protestos pelo assassinato do jovem congolês Moïse

Manifestações organizadas pelo grupo de ativistas Levante Popular da Juventude ocorreu em frente ao quiosque Tropicália

Fotos: Reprodução/Redes Sociais/Levante Popular da Juventude/Matheus Alves
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Protestos pelo assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe marcaram a madrugada desta quinta-feira 3 na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde o jovem de 24 anos foi morto. A manifestação, organizada pelo grupo de ativistas Levante Popular da Juventude, exigiu a responsabilização criminal dos agressores em frente ao quiosque Tropicália, onde Moïse trabalhava.

“A morte de Moïse é inaceitável, e tão inaceitável quanto o silêncio das autoridades sobre o ocorrido, comportamento institucional que não se restringe ao Moïse, mas a tantos outros que tiveram suas vidas ceifadas pelo racismo: Marielle Franco, João Pedro, Miguel”, destacou o grupo em comunicado emitido pelas redes sociais.

Ainda de acordo com os manifestantes, o crime brutal contra o jovem ‘escancara a veia xenofóbica e racista da construção social brasileira’. Para o grupo, o caso não se trata de um episódio isolado, mas sim consequências de políticas da gestão de Jair Bolsonaro.

“Atos de violência são […] a consequência de uma gestão que vem destruindo as políticas de direitos humanos, prega o discurso de ódio e a marginalização da juventude negra e periférica”, diz o grupo.

Moïse era um jovem refugiado da guerra e foi brutalmente amarrado e espancado com pedaços de pau. O congolês se dirigiu ao quiosque na noite de 24 de janeiro para cobrar o pagamento de dois dias de trabalho em atraso. O espancamento durou cerca de 15 minutos.

Uma perícia realizada pelo Instituto Médico Legal constatou que a morte ocorreu por traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente. O laudo atestou que os pulmões de Moïse tinham áreas hemorrágicas de contusão e vestígios de broncoaspiração de sangue.

Três homens foram presos até o momento. Eles deverão responder por homicídio duplamente qualificado, impossibilidade de defesa e meio cruel. O processo corre em sigilo.

São eles, Fabio Silva, que atuava como vendedor de caipirinhas na praia da Barra da Tijuca, Alisson Cristiano Alves de Oliveira, que já admitiu ter participado dos atos de violência contra o jovem, e Brendon Alexander Luz da Silva, conhecido como Tota, que teria imobilizado Moïse no chão.

O dono do quiosque Tropicália foi ouvido pela polícia e negou que tenha participado do assassinato, segundo sua defesa, ele nem estaria no local do crime.

 

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