Sociedade

Mais de 15 mil munições sumiram de batalhão no Rio de Janeiro, revela relatório da PM

Documento que mostra dados do sistema eletrônico que controla estoque bélico foi revelado pelo jornal O Globo; Secretaria da PM nega sumiço e alega atraso na atualização dos dados

Munição. Foto: Força Aérea Brasileira (FAB)/Flickr
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Um relatório realizado pelo responsável da Reserva de Armamento Bélico, revelado pelo jornal O Globo desta quinta-feira 25, revela que ao menos 15,5 mil munições desapareceram do 18º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro, situado em Jacarepaguá. 

Estão sumidas cerca de 8 mil munições de calibre .40 e 3 mil itens usados em fuzil 7,62. As munições, diz o documento, apesar de constarem do sistema de controle, não se encontram no paiol da unidade. 

O batalhão está localizado no meio de território dominado e disputado entre traficantes do Comando Vermelho e grupos milicianos. 

O documento ainda revela uma insegurança com os equipamentos bélicos. Ele aponta, por exemplo, que a unidade precisaria de pelo menos mais 38 fuzis para “salvaguardar guarnições, que, por muitas vezes, em dias de operações, ficam desguarnecidas, sem armamento de emprego coletivo.”

O responsável pelo levantamento ainda investigou se outras unidades também apresentavam defasagem de munições. Em resposta, colegas afirmaram que não usam o sistema eletrônico, conhecido como SisMatBel, usado pelo 18º batalhão, por identificarem uma defasagem de dados. 

O sistema, vale frisar, ainda seria o oficial para a contabilização de equipamentos bélicos. 

Em janeiro, a Polícia Militar publicou uma resolução em que diz que o SisMatBel serve de “base para o funcionamento dos demais subsistemas de controle da movimentação de material bélico da Corporação”.

Segundo a corporação, a plataforma faz um diagnóstico de todo sistema, melhorando o controle interno e evitando qualquer desvio que possa alimentar o crime e a corrupção de agentes. 

Em nota, a assessoria da Secretaria de Polícia Militar do Rio informa que, “sobre o número de fuzis do 18° BPM (Jacarepaguá), a unidade já recebeu recentemente a quantidade de fuzis necessários para atender sua necessidade”. Já a respeito do suposto sumiço de munições, a pasta alega que “o comando da unidade esclarece que a diferença entre os números [do sistema e do paiol] ocorre devido ao atraso na homologação do consumo desses materiais pelo próprio efetivo da unidade.”

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