Economia
Entenda como será a greve do Metrô, CPTM e Sabesp nesta terça-feira
Os três sindicatos reivindicam que o governo Tarcísio de Freitas suspenda permanentemente o projeto de privatização das estatais
Os funcionários do Metrô, da CPTM e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) agendaram greve conjunta de 24 horas para esta terça-feira 3, a partir de 00h.
A decisão pela greve aconteceu no dia 19 de setembro, após quatro assembleias públicas, conforme mostrou CartaCapital. Os sindicatos exigem a suspensão imediata e permanente do plano de privatizações das estatais. O argumento é de que SP não poderia repetir a ação que em outros estados, como o Rio de Janeiro, por exemplo, se mostrou ineficaz.
No entanto, o projeto é uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que classificou neste domingo 1, a greve como “política” e “sem pauta”.
A Justiça do Trabalho de São Paulo entrou na disputa, e a juíza Raquel Gabbai de Oliveira, determinou que os trens devem operar com 100% do efetivo em horários de pico — entendidos como das 4h às 10h e entre 16h e 21h — e 80% nos demais períodos.
Os sindicatos dos metroviários confirmaram que irão cumprir a medida, mas, em contrapartida, reforçam a solicitação de que se tenha “catraca livre”, para que os passageiros circulem gratuitamente durante a manifestação.
Em caso de descumprimento da determinação, a juíza ponderou que “cada um dos sindicatos que representam os trabalhadores sofrerão multa diária de R$ 500 mil”.
Veja quais linhas devem parar e quais continuarão funcionando:
Metrô
Paralisadas
- Linha 1-Azul;
- 2-Verde;
- 3-Vermelha;
- 15-Prata.
Ativas
- 4-Amarela;
- 5-Lilás do Metrô (por serem operadas pela iniciativa privada).
CPTM
Paralisadas
- 7-Rubi;
- 10-Turquesa;
- 11-Coral;
- 12-Safira;
- 13-Jade.
Ativas
- 8-Diamante;
- 9-Esmeralda.
Na Sabesp, não haverá interrupção no abastecimento de água.
“Privatizar significa o aumento da tarifa”
Em entrevista ao programa Direto da Redação, exibido no Youtube de CartaCapital, a presidente dos sindicatos dos metroviários, Camila Lisboa, classificou a movimentação do governo Tarcísio, como uma estratégia para piorar os serviços públicos.
“As concessões estão enriquecendo bilionários e deixando a população na mão com o trem atrasando, com descarrilamento, situações de insegurança no transporte sobre trilhos”, destacou.
Lisboa cita como exemplo, as falhas das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, já privatizadas.
Desde o início do ano, essas linhas apresentaram o triplo de falhas das geridas pelas estatais: foram 16 episódios, incluindo graves descarrilamentos.
O caso está sendo investigado pelo Ministério Público, que pede a extinção do contrato com a empresa.
Os sindicatos permanecem também com consulta pública para identificar como a população vê o projeto das privatizações com urnas espalhadas por toda a cidade.
A categoria ressalta que se o governo “não retirar os editais dos pregões que visam terceirizar serviços realizados por metroviários, debateremos na assembleia do dia 3/10 [às 18h30] a forma de darmos continuidade na nossa luta”.
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