Política

Com chegada de Tarcísio ao governo, mortes causadas pela polícia de São Paulo saltam 71%

Ao todo, as ações de agentes da Polícia Civil e Militar vitimaram 153 nos últimos três meses. Do outro lado, 5 agentes morreram no mesmo período

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O número de pessoas mortas por policiais militares e civis de São Paulo registrou alta de 71% no terceiro trimestre da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), em comparação ao mesmo período do ano passado.

Ao todo, os dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, divulgados nesta quarta-feira 25, mostram que 153 mortes foram registradas entre julho e setembro deste ano contra 89 em 2022.

O aumento refere-se às ações dos agentes em serviço e de folga. 

As execuções dos PMs de folga passaram de 26 para 33, enquanto o volume de vítimas fatais da atuação dos agentes em serviço saiu de 57 para 106 – um salto de 85,6% quando se considera apenas esse último grupo de agentes. 

Entre os policiais civis, foram 6 mortes em 2022 e 14 mortes neste ano.

Mortes de policiais

Por outro lado, não é possível afirmar que a polícia ‘matou para não morrer’, uma vez que a morte total de agentes caiu. A tese de aumento de confrontos, portanto, encontra pouco amparo nos dados. A exceção é a morte de PMs em serviço, que saiu de um para quatro mortos de julho a setembro deste ano. 

Segundo o mesmo levantamento da Secretaria, em 2022, oito policiais militares morreram (um em serviço e sete de folga). Em 2023, foram 5 policiais vitimados (4 em serviço e 1 de folga). 

Já na Polícia Civil, a morte de agentes foi zerada. 

O outro lado 

A SSP argumenta que o aumento é causado por confronto e não pela ação policial. A posição foi externada pela pasta ao jornal Folha de S. Paulo.

“Os números de mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP) indicam que a causa não é a atuação da polícia, mas sim a ação dos criminosos que optam pelo confronto, colocando em risco tanto a população quanto os participantes da ação”, afirma, em nota.

Operações na Baixada Santista

O marco da ação da PM paulista neste terceiro trimestre foi a operação Escudo, na Baixada Santista, que matou ao menos 28 pessoas.

A ação de quarenta dias mirou no tráfico local e, sobretudo, na prisão de suspeitos pela morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis.

No mesmo período, diante as denúncias de violação de direitos, a corporação de São Paulo foi questionada pelo não uso das câmeras corporais.

O programa Olho Vivo, responsável pela implementação da ferramenta, também passou por redução de investimentos na gestão Tarcísio. 

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