Justiça

Após determinações da Justiça, PF deflagra nova operação contra garimpeiros no Pará

São cumpridos mandados contra garimpeiros que atacaram Mundurukus e agentes públicos. MPF denunciou aumento da tensão após 1ª operação

Após determinações da Justiça, PF deflagra nova operação contra garimpeiros no Pará
Após determinações da Justiça, PF deflagra nova operação contra garimpeiros no Pará
(Foto: Divulgação/PF)
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A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira 16 a Operação Mundurukuânia 2, que visa cumprir mandados contra garimpeiros que vêm ameaçando lideranças indígenas Munduruku na região de Jacareacanga, no Pará.

A operação dá sequência a outra ação, realizada em maio, que culminou no ataque à servidores federais na região e no incêndio da casa de um líder indígena. Pouco depois do ocorrido, os agentes da PF e da Força Nacional deixaram a região —  o que, segundo o Ministério Público Federal, expôs os indígenas uma nova onda de retaliações e ameaças.

Na terça-feira 15, a Justiça Federal de Itaituba, também no Pará, acatou a um pedido do MPF para determinar o retorno imediato de forças de segurança à região de Jacareacanga. Foi a segunda vez que a Justiça agiu nesse sentido. A primeira decisão, entretanto (do dia 29 de maio), não foi efetivamente cumprida.

“Nas duas semanas que separam as duas ordens judiciais, garimpeiros promoveram novas ameaças e ataques, inclusive impedindo que lideranças contrárias ao garimpo viajassem para Brasília. , afirmou o MPF em nota. “Por isso, a pedido do MPF, a segunda ordem da Justiça determina que os Munduruku contrários ao garimpo sejam transportados pela Força Aérea Brasileira até Brasília.”

Ao anunciar a operação, a Polícia Federal não mencionou as determinações oficiais para a deflagração da nova fase da Mundurukuânia. Em notas enviadas a CartaCapital nas últimas semanas, a PF se limitou a dizer que apurava as denúncias de novos ataques em um novo inquérito.

Nesta nova ação, participam 45 policiais federais e 30 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública, além de militares das Forças Armadas. Foram expedidos pela Justiça Federal de Itaituba cinco mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva.

Segundo a PF, os crimes investigados são de associação criminosa, incêndio, atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo e coação no curso do processo.

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